Os processos, ai, esses processos! Tudo na vida tem seu começo, meio e fim. Nesta semana, refleti bastante em relação a isso e algumas situações colaboraram para meus pensamentos se alinharem. No domingo, fui passear em Mogi Guaçu, entrei na loja de chocolate para esperar uma amiga, a Gláucia, que queria comer trufas, quando vi que na parede havia um quadro mostrando o processo de transformação do cacau em chocolate. Mostrava desde o plantio até a fabricação em um infograma. Achei fantástico! Depois comecei a pensar sobre esses processos em relação a qualquer coisa que observava. E o café, hein?
Bom, estava na redação do jornal na quinta-feira, quando vi que os grãos de café que abastecem a máquina haviam acabado no recipiente. Abri o armário, tirei o clipe que segurava o plástico, e coloquei os grãos na máquina, vendo como eles eram tão bonitos e sentindo um cheiro extremamente agradável. Pensei sobre o processo que levaram aqueles grãos a parar em Mogi Mirim, na redação de O POPULAR. Fiquei imaginando onde eles foram plantados, como, por quais pessoas, quem os colheu, os limpou e os embalou até que eles chegassem até meu copinho para me animar tão fervorosamente. Quanto tempo será que levou, quem estava envolvido, quem são as famílias que vivem do café e os fazendeiros que ainda vivem do café em nossa região…
Então, o chocolate tem seu começo meio e fim, o café tem seu começo meio e fim e nós também temos. Não tem como prever a fase em que estamos, até porque muitas pessoas morrem jovens, enquanto outras ficam bem velhinhas. Não tem infograma que mostre nosso ciclo e assim vamos vivendo, dia após dia, até encerrar nosso ciclo na terra. Que seja um ciclo que dê cor e sabor na vida das pessoas, assim como o café e o chocolate, e que possamos desfrutar dos pequenos prazeres e não viver presos ao mundo de conquistas capitalistas, apenas, ao qual me referi na última semana. Claro, é importante viver bem? Claro que é, mas que possamos curtir muito mais os pequenos prazeres. Estou tentando focar nisso, com as dicas do meu amigo e jornalista, Diego Ortiz. Nessa semana, ele me mandou uma figura que dizia assim: a vida é um pequeno espaço de tempo para ser feliz!
Ludmila Fontoura é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a Puc-Campinas, além de Historiadora e pós-graduada em História Social pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu, as Fimi.
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