Gosto não se discute, isso é certo. Há aqueles que amam o Carnaval e os que odeiam a festa, a ainda aqueles que se dizem indiferentes ao evento. Contudo, como tudo na vida, inclusive na natureza, é preciso haver um equilíbrio. É difícil as ações de um governo agradarem a todos, ou seja, ter aprovação unânime.
Por isso, é tão necessário ter bom senso e chegar a um meio-termo nesse aspecto que envolve festividades em geral. Fato é que bastou a reportagem, anunciando que Mogi Mirim voltará a ter Carnaval, para que as redes sociais ficassem tomadas por inúmeros comentários, muito deles ofensivos e que nada agregam à população.
Opinar é sempre bom, é um direito do cidadão, mas, ultimamente, as falas na internet ganharam um tom de ódio e intolerância que chegam a ser repugnantes porque incitam a violência entre as pessoas. Enquanto uns comemoraram a notícia, depois de três anos sem qualquer festejo promovido pelo Governo Municipal, outros se mostraram mal informados, dizendo que a cidade teria Carnaval de rua em meio aos buracos e matos.
Primeiro, a programação oficial ainda não foi divulgada. A Prefeitura apenas confirmou que fará algo, por mais simples que seja, para resgatar a festa no município. Ninguém anunciou um evento faraônico. Pelo contrário, ao que indica o cenário financeiro, deve ser uma ação simples e que, ao menos, vai atender a vontade daquela parcela de munícipes sem condições de viajar ou pagar por um baile em um clube particular.
A Secretaria de Cultura e Turismo já deu exemplo, em 2017, com o Dia Nacional do Samba, no Teatro de Arena. Conseguiu fazer um evento bom, com poucos recursos, mas muita criatividade. Segundo ponto, não ter Carnaval não é nenhuma garantia que os problemas de Mogi serão resolvidos. Por acaso, se não houvesse mais festividades, a corrupção no Brasil deixaria de ser praticada?
A verba da Cultura também deve ser destinada para promover momentos de entretenimento à cidade. O Poder Público poderia muito bem, e até seria mais cômodo, avisar que nada seria feito, como nos anos anteriores, em função da crise econômica, o que seguramente ainda geraria críticas. No entanto, está se movimentando para realizar uma manifestação, mesmo que simbólica. Voltando à questão do equilíbrio, os cidadãos precisam, sem dúvida, de saúde, educação, ruas e praças limpas e com boa infraestrutura. Isso tudo não descarta o lazer.
O Carnaval já faz parte da cultura brasileira, aliás, da cultura da própria humanidade, uma vez que se originou na Roma Antiga. Seria interessante que as pessoas deixassem de lado o individualismo e se colocassem no lugar uma das outras, lutassem em conjunto pelo bem de todo o município, sem jogar a culpa nesse ou naquele evento. Certamente, a convivência seria mais agradável e produtiva.