A configuração da Câmara Municipal para os próximos quatro anos já foi traçada. Diante desse cenário, de mudança radical no Poder Legislativo, a primeira pergunta que vem à mente é: o que esperar dessa nova leva de parlamentares? Dos 17 vereadores, apenas cinco foram reeleitos. Maria Helena Scudeler de Barros e Cinoê Duzo, ambos do PSB, Luis Roberto Tavares, o Robertinho (PEN), Jorge Setoguchi (PSD) e Mané Palomino (PPS) garantiram mais um mandato.
Mané, inclusive, foi o único da base do prefeito Gustavo Stupp (PDT) que cativou o eleitor, talvez pela beleza e apreço com a causa animal, marketing também trabalhado por outros candidatos que conseguiram uma cadeira. Toda essa modificação deixa claro que, embora não pareça, a população vem acompanhando os trabalhos no Legislativo e está atenta, principalmente, com relação à postura dos vereadores.
Tirando Luzia Cristina Côrtes Nogueira e Luiz Guarnieri, do PSB, que tiveram 642 e 531 votos, respectivamente, executaram um trabalho sério dentro da Casa e só não voltaram pela questão do quociente eleitoral do partido, os demais, que faziam parte da famosa “Bancada do Amém”, não agiram com independência, ficaram no cabresto do prefeito Stupp e, por essa razão, hoje experimentam o amargo resultado da reprovação nas urnas. Para estes, realmente, só resta voltar para as funções que exerciam antes da vida pública.
Se por um lado, o eleitor não poupou os aliados do governo, por outro, parece que resolveu dar uma segunda chance para o então vice-prefeito da desastrosa gestão de Stupp, Gerson Rossi, presidente do PPS, partido ligado ao futuro administrador Carlos Nelson Bueno (PSDB). A atuação de Rossi no Legislativo, se boa ou ruim, só se saberá mais adiante, mas certamente será uma oportunidade do vice se restabelecer na política. Terá que se redimir e mostrar a que veio.
Além disso, essa nova disposição da Câmara também evidencia uma postura mais conservadora da cidade, o que, na verdade, é um reflexo daquilo que vem ocorrendo na política nacional. Exemplo disso é o Partido dos Trabalhadores (PT), que está com representatividade mula dentro da Casa, desde antes do período eleitoral. Somente o tempo poderá mostrar com clareza o quanto toda essa mudança foi ou não produtiva.
Antes de tudo, o desejo dos eleitores, aos que se propuseram atuar na Casa de Leis, é que se dediquem seriamente ao compromisso firmado e façam realmente valer os votos recebidos. O que se espera, sobretudo, dentro da Câmara são comportamentos de responsabilidade e comprometimento com o aquilo que é de interesse do cidadão, não o que convém ao Chefe do Executivo. Se foram eleitos pelo povo, devem respeito ao povo.