sexta-feira, novembro 22, 2024
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O que esperar da Câmara Municipal?

A eleição de Manoel Eduardo Pereira da Cruz Palomino, o Mané Palomino (PPS), pegou muitos de calça curta e mostrou à sociedade que, definitivamente, qualquer cenário traçado ou previsões sobre este ou aquele candidato, com candidatura anunciada ou não, não passam de mera especulação ou, simplesmente, uma estratégia para conseguir colocar em prática interesses individuais ou coletivos. Foi difícil, na manhã do último sábado, não se deparar, no plenário e na plateia da Câmara Municipal, com aces atônitas e de espanto ao ver tanto Mané como Marcos Gaúcho (PSB) lançarem seus nomes como candidatos à presidência da Casa de Leis.

O fato é que, internamente, a disputa pegou fogo, acabou marcada por negociações entre vereadores, reuniões a portas fechadas, visitas a residências deste ou aquele edil, ligações e tudo o que uma eleição para a Mesa Diretora de um Poder Legislativo tem direito. Os bastidores da eleição vencida por Mané são assustadores, com direito a teorias que passam até por ameaças, fora a participação ativa do prefeito Carlos Nelson Bueno, que jura de pé junto não exercer influência junto aos votos dos vereadores, algo difícil de acreditar.

A vitória de Mané, definitivamente, dividiu uma Câmara que já mostrava sinais de desunião. O xadrez político do último sábado mostrou que, mais do que situação ou oposição, os vereadores começaram a galgar terreno para o futuro, de olho, talvez, nas eleições municipais de 2020 ou, simplesmente, por tentar fortalecer um trabalho dentro da própria Câmara. Não é segredo para ninguém que, na gestão de Jorge Setoguchi (PSD), que deixa o cargo em 31 de dezembro, existiam fortes críticas sobre a condução do trabalho, o relacionamento com a Prefeitura e a falta de pulso em tomada de decisões. A avaliação era de que seria necessário mais gana e aptidão política.

Mais do que comandar, Mané terá que ter paciência e muito jogo de cintura para acalmar os ânimos do grupo perdedor, além de todas as prioridades administrativas e políticas dentro da Câmara. A impressão é que parece haver uma disputa interna entre os vereadores. Discussões, alfinetadas, e até ironias foram vistas diversas vezes no pleito, deixando claro que o relacionamento anda azedo, embora os tapinhas nas costas, abraços e sorrisos sejam habituais.

A mesma paciência será uma missão para o próprio Mané que, por seguidas vezes no plenário, não esconde sua insatisfação por estar em uma sessão, olhando para o relógio e reclamando da demora dos trabalhos.

O sorriso leve e o visual de galã não bastarão para uma gestão eficiente. Mané terá que resistir às pressões e mostrar que não foi eleito vereador apenas por sua simpatia, beleza ou boa imagem dentro da Segurança Púbica e da causa animal. Será preciso mais. Serão dois interessantíssimos anos. Dentro e fora do plenário.

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