sábado, novembro 23, 2024
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O reajuste e a insatisfação

Embora o prefeito Carlos Nelson Bueno seja metralhado por conta da não valorização ao funcionalismo público, críticas oriundas, principalmente, de seus opositores, a crise entre servidores públicos municipais e Poder Público é algo longínquo em Mogi Mirim. Existe, dentro da categoria, apoiadores e contrários a Carlos Nelson Bueno, acusado de deixar os funcionários para escanteio e pensar em outras prioridades. Mas o fato é que a relação entre as partes é muito mais marcada por polêmicas e reclamações nos últimos anos do que, especificamente, contra Carlos Nelson.

Nesta semana, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinsep) divulgou a proposta de 2%, até então guardada a sete chaves pela Prefeitura. Novamente, a porcentagem foi vista como insatisfatória.
Fica claro que o funcionalismo não quer o embate de maneira radical. Tanto que na assembleia extraordinária realizada na última terça-feira, a sugestão de uma greve foi prontamente descartada. Perseguição, pouca adesão e prejuízo à população pesaram contra a ideia. Mais do que a busca pelo reconhecimento, o Sinsep, desde o início do ano, busca dialogar com o Poder Executivo a fim de buscar uma solução que seja boa para ambos os lados.

Talvez, se a categoria abraçasse a causa de maneira voraz, a realidade poderia ser outra. Não é de se duvidar uma acomodação da Prefeitura diante de um movimento que, em um universo de quase três mil servidores, vê menos de 100 comparecer a uma assembleia que definirá os rumos salariais. Vale lembrar que, em fevereiro, 14 servidores estiveram nas galerias da sede do sindicato para uma assembleia, situação que virou chacota dentro da própria categoria.

Com a iminente recuperação financeira e o anúncio de investimentos na cidade, prova disso a notícia sobre a construção de um Hospital Municipal até o primeiro semestre do ano que vem, a Prefeitura pode esperar uma pressão extra tanto do sindicato como dos servidores. A tendência é de novos projetos para 2020, o aumento da receita e, consequentemente, um caixa polpudo, muito em função do trabalho exercido pela Secretaria de Finanças e o 1º escalão da Prefeitura.

O reajuste poderá ser o fiel da balança do prefeito de olho na reeleição. Carlos Nelson, que já anunciou a busca por seu quarto mandato, em outubro do próximo ano, poderá se deparar contra um “exército de servidores” inconformados pela falta de valorização, e ter no funcionalismo um dos gargalos na conquista do eleitorado mogimiriano.

Pesa ainda mais a futura pressão das redes sociais vinda de vereadores e políticos opositores. É preciso planejamento e atenção com a causa. Não é hora de abrir brecha para o erro, justamente em um governo que deseja continuar no poder.

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