A instalação de radares em Mogi Mirim, sejam eles fixos ou móveis, costuma ser motivo de intensa reclamação e motivo de polêmica no município há muitos anos, deixando irritados motoristas, principalmente aqueles multados. A situação causa descontentamento contra o que se apelidou de forma até pejorativa da chamada indústria da multa, algo já rebatido por diversas administrações que passaram pelo comando do município nos últimos anos, e posição mantida pelo governo do prefeito Gustavo Stupp.
Os radares fixos em Mogi Mirim voltaram às ruas e avenidas no início do segundo semestre do ano passado, após 21 meses longe da zona urbana. Depois de um período de conscientização adotado pela Prefeitura, a aplicação de multas começou de forma efetiva em dezembro, desde então, reclamações contra a presença dos aparelhos são vistas aos montes na cidade. Episódio que retrata de forma clara a indignação de boa parte dos munícipes com a presença dos radares foi vista em março, quando um condutor laçou com uma corda um radar móvel na Rua do Mirante, próximo à unidade do Centro de Especialidades Médicas (CEM), arrastando o equipamento por alguns metros e gerando euforia em boa parte da população, que se sentiu representada pela ação do apelidado ‘peão do asfalto’.
Em reportagem publicada nesta edição, O POPULAR mostra que dos 12 aparelhos fixos espalhados por pontos de intenso movimento em Mogi, apenas quatro são responsáveis pela aplicação das infrações, operando em sistema de rodízio. A informação já foi divulgada pela Prefeitura desde o ano passado, mas passou batida para a grande maioria da população. Embora exista a estrutura nestes 12 pontos, é necessária a instalação de um outro aparelho para que de fato a multa por excesso de velocidade seja realizada. O motivo para que isso aconteça é a falta de investimento disponível para a expansão da fiscalização em todos os locais.
Mesmo não sendo essa a medida ideal, já que na teoria para que se cumpra a lei todos os pontos deveriam ser fiscalizados, dentro deste possível erro existe um acerto. O rodízio que deixa a pessoa sem a informação de onde acontece a efetivação das multas em determinado dia e região dá a possibilidade de coibir o excesso de velocidade, já que o condutor cria o hábito de sempre respeitar a velocidade imposta naquela rua ou avenida diante da possibilidade clara de ser multado.
Reduzir a velocidade de forma constante e não apenas ao avistar as placas de sinalização informando o redutor metros à frente é um dos objetivos que podem ser alcançados. Mesmo que forçada, a situação faz com que seja criada uma conscientização maior por parte de quem dirige e atende aos anseios da Prefeitura, que em vários discursos, já pregou que a educação no trânsito é o primeiro passo para que não só as multas como acidentes diminuam.