Nossa, sabe aquela semana complicada, chata que dói? Que dá vontade enfiar a cabeça em qualquer buraco do chão e esperar que o tempo passe? Então, alguns dias dessa semana não foram fáceis. Mas aí, reclamei um pouco e decidi pensar sobre as coisas boas. É que às vezes a vida fica tão dura e os dias tão pesados, que deixamos que nossa visão sobre as coisas boas da vida fiquem ofuscadas.
Pensando bem: as coisas ruins, às vezes, nem são tão ruins assim. É que cá entre nós, enfrentar fila no banco para nada dar certo é chato, não conseguir eliminar sua lista de pendências é insuportável, chegar em lugares e dar com a porta na cara é pior ainda. Mas, boba eu, que em plena modernidade ainda enfrento fila, não elejo as prioridades e ainda não aviso que estou chegando. Que é que eu quero da vida? É porta na cara mesmo, hehe.
Enfim, resolvido que sou culpada também, quero contar sobre as coisas boas. Às vezes as belezas são tão singelas que nem sequer damos bola. Mas se há um tiquinho de coisa ruim, nossa… parece que vamos morrer, hehe. Por exemplo, não é comum bater o dedinho do pé todo o dia no canto do sofá, mas quando batemos, nossa!, é aquele drama, a pior coisa da vida!
Na quarta-feira, encontrei uma amiga, experimentei um refresco e um de pão de queijo maravilhoso, consegui junto aos meus amigos arrecadar uma série de itens para serem doados para uma entidade, desenhei mais do que o esperado para a semana, fiquei em casa com minha avó e nossos animais de estimação, ganhei uma bolsa com estampa de gato, dei conta das produções das matérias para o jornal, doei uma cama antiguinha e agora vou montar meu espaço para desenhar. Ah, gente, me poupe! Isso tudo foi muito bom!
Mas de tantas coisas, uma mexeu comigo. Na quarta-feira, quando deu tudo errado no banco, estava saindo do estacionamento, quando vi um Fusquinha azul com dois idosos. O senhor tentando manobrar me pediu para ajudá-lo e verificar se poderia dar mais ré. Eu fiquei ali auxiliando até ele sair. Ele parou ao meu lado, olhou para sua, acho que esposa, e disse: “eu sempre falo para ela que ainda existem pessoas boas nessa vida. Obrigada!”
Nessa hora pensei que não foi nada demais o que fiz. Mas que a gentileza, a nossa doação ao próximo e a maneira carinhosa como tratamos as coisas da vida é que fazem com que nosso coração se sinta em paz e com que as picuinhas do dia a dia fiquem sem importância alguma. Viver é experimentar, é estar atento às oportunidades de crescer e se transformar.
Ludmila Fontoura é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a Puc-Campinas, além de Historiadora e pós-graduada em História Social pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu, as Fimi.