Todos os ventos anunciam temporais. E qualquer coisa me avisa para guardar os meus vasos, minhas plantas, cuidar do passarinho da gaiola, fechar janelas da casa e tratar de me proteger contra o temporal que se anuncia.
Tudo é contra os meus valores; tudo é contrário às leis e, portanto, contra a segurança de quem vai às ruas para comprar pão ou um presente para um parente ou alguma namorada. A chuva e o vento vivem comigo desde priscas eras; já as tormentas políticas invadem nossos sonhos e se derramam sem serventia alguma: nem são lava nem areia e nem nada de assunto ou ideias. E tão triste fica o país e todos nós que somos a terra que vivemos, engolindo uma Copa de futebol apodrecida, memória de urubu, carniça do que já era e do que já foi velhos sonhos de todos nós que fomos campeões mundiais de futebol e nada mais.
A vida segue sem futebol e sem as brincadeiras das agências publicitárias. Vende Neymar a cueca tal e Cristiano Ronaldo vende outra coisa acolá. E na hora da bola nada acontece; nada é tão vazio e sem sentido, nada é tão sem indignação e de conformismo eleitoral, cada um pensando em se safar da responsabilidade de eleger o seu representante político, e é muito mais covardemente irresponsável tacar fogo em ônibus, fechar avenidas e levantar bandeiras ideológicas depois de um bom café da manhã regado a sucrilhos, presunto Royale, iogurte diet e abracinhos de mamãe e papai. É a revolta dos mauricinhos. Ou dos coxinhas. Ou das patricinhas.
Ficaram anos brincando de democracia gestual e disso se cansaram os bem nutridos contestadores. Querem agora atrapalhar o trânsito com os as suas reivindicações que rompem as regras legais e instituem a anarquia da porralouquice, do sem sentido, dos pais que não sabem por onde andam seus filhos, do que fazem, e muito menos do que atentam contra s regras democráticas.
Quem quer que seja eleito presidente da república vai ter que se confrontar com a herança maldita do descalabro que tem sido o governo petista. Tudo está contaminado. Mais de 300 mil cargos comissionados estão camuflados em papéis burocráticos, uma gente que só está onde está por conta de um emprego que não dá contrapartida ao distinto pagador de impostos, nós que somos essa massa de bolo política a ser amassada e assada no forno do corporativismo partidário do nosso país. O fato: quanto mais funcionários públicos, menor o serviço público. E a depender da consciência burocrática, tudo será o mais do mesmo, o mesmo empurrar da barriga, desde os inocentes servidores públicos vendendo toalhinhas, docinhos e outras pequenas bugigangas a servidores militantes a serviço de seus patrões partidários, pois visto que tais servidores ideológicos estão lá para servir o distinto político de plantão que, é claro, lhes garante o emprego e outros confortos que lhes advêm do pequeno exercício de poder.
Eleições à vista e devemos observar o que acontece com as nossas ruas, com os compromissos sociais do Minha Casa Minha Vida, da presidente Dilma Rousseff que faz bugalhos da nossa economia, da galopante inflação, da inadimplência bancária, gaguejando argumentos estropiados de argumentos eleitorais; e o desemprego cresce, a produção industrial decresce, e tudo o que eu gostaria era falar apenas sobre as nossas esperanças nacionais, a volta do chorinho, do samba de breque e do velho e bom emprego.
Que os petistas não reclamem comigo, por favor. Que eles reclamem com o Lullallá; ou com o fim do estatismo sindical. Afinal, o sonhar vagabundo também tem seu final. É assim.
Bom dia.