sábado, novembro 23, 2024
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O último artilheiro

Não faz tanto tempo assim e era fácil montar times feitos apenas com jogadores com passagem pelo Mogi Mirim e que, ainda estando em atividade, tivessem também vestido a camisa de grandes equipes. Era possível escolher qualquer time grande do futebol brasileiro e montar uma escalação de um a onze com atletas de notável sucesso.

Depois de pouco mais de meia década do período em que o Sapão disputava as principais competições em nível estadual, essa missão está cada vez mais difícil. O que anteriormente era uma grande oferta, agora demanda uma pesquisa mais atenciosa. Este é apenas um outro olhar para se medir o estrago causado pela atual diretoria do clube.

Nos anos 1990 e no início dos anos 2000, o Mogi conseguiu sua estabilidade financeira e viveu um dos melhores momentos de sua história justamente por ser um clube revelador de talentos, estruturado para o bom desenvolvimento de jovens e vendedor. Seja com trabalho de base próprio ou com o garimpo de pedras preciosas vindas principalmente do Norte e Nordeste do Brasil para serem lapidadas por aqui.
Nos seus últimos anos de atividade profissional competitiva, não pensou duas vezes para jogar fora esse seu DNA e investir em jogadores em fim de carreira ou protegidos de empresários com qualidade bem duvidosa dentro das quatro linhas.

Naturalmente, os nomes mais badalados atuaram do meio para frente e o Vermelho e Branco sempre teve seus artilheiros. Daqueles que faziam o torcedor ir a campo com a certeza de que iria ver a rede balançar. Em 1999, Alex foi o goleador máximo do Paulistão fazendo dupla com Sandro Gaúcho. Quando inspirados, eram praticamente “imarcáveis”. Um pouco mais para o fim da década de 1990, esteve por aqui Gilson Batata. Mesmo já veterano e com um extenso currículo de gols por vários clubes rivais como Rio Branco e União São João, ele caiu nas graças da torcida.

Nas duas últimas campanhas de maior destaque no Paulista o Sapo também teve seus matadores. Em 2012 e 2013, respectivamente, eles eram Hernane Brocador e Henrique Dourado. De estilos semelhantes, nenhum deles era um primor técnico. Se destacaram muito mais pela dedicação e pela força, mas colocavam medo nos zagueiros, brigavam para valer, trombavam ali na área, onde as partidas geralmente se decidem. Foram muito efetivos com a camisa nove. E deixaram, sim, saudades.

Já na fase de queda, em 2015 e 2016, o Mogi teve por aqui um garoto chamado Keké. Franzino, muitas vezes incapaz de completar um jogo por sua condição física, mas notadamente diferente e especial. Entrava para substituir jogadores mais fracos e botava fogo no jogo. Subaproveitado e não valorizado, hoje ele é o artilheiro do Campeonato Mineiro pelo Tombense. E se nada mudar de forma rápida e drástica corre sério risco de ser o último atacante importante da gloriosa caminhada do M.M.E.C.

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