sábado, abril 19, 2025
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O viajante inglês Edmund Pink, em Mogi Mirim – n° 587

Edmund Pink foi um comerciante inglês que esteve no Brasil em 1823 e percorreu Mogi Mirim no período entre 30 de junho a 9 de julho daquele ano, aqui pernoitando por oito noites em fazendas e no Centro da cidade.
Pink nasceu em West Wittering, Sussex, na Inglaterra, em 17 de julho de 1803 e tinha 20 anos quando esteve em Mogi Mirim. Consta que tinha estatura média, rosto claro, farta barba e cabelos ruivos. Além de comerciante, era desenhista especializado em arquitetura.
Sua obra era desconhecida até que, há poucos anos, seu diário de viagem e desenhos foram adquiridos em um leilão realizado em Londres, por uma empresa brasileira.

O roteiro e descrições de Mogi Mirim
“Deixei Campinas em 30 de junho e atravessei o Rio Atibaia, já no município de Mogi Mirim, passando por uma região muito aprazível, bem arborizada e com numerosas plantações de cana-de-açúcar. Atravessei o Rio Atibaia por uma ponte de madeira em condições miseráveis e cruzá-la é quase perigoso. Ali existe um pedágio, como também no Rio Jaguari, que atravessei alguns quilômetros depois. Cheguei até a casa do senhor Felisberto Pinto Tavares, um mulato, e fui muito bem recebido. Em sua casa saboreei pão pela primeira vez desde que cheguei à Província de São Paulo”.

Mogi Mirim em 1823
Edmund Pink descreve a cidade de Mogi Mirim: “Está situada na Estrada Real que vai para Goiás, sendo muito bem abastecida por provisões. Possui uma igreja dedicada a São José e uma capela de Nossa Senhora do Rosário. Nas vizinhanças, possuem um grande número de fazendas onde se planta cana-de-açúcar, algodão, arroz, trigo e feijão, como também criação de gado e de suínos, além de mulas. A terra geralmente é argilosa, de cor muito escura e semelhante a do Dragon’s Blood, da Inglaterra. Mogi Mirim vendeu, em 1821, sal para Cuiabá a 20 oitavas de ouro”.

O pernoite nas fazendas mogimirianas e relato sobre a floresta
Depois de dormir na fazenda de Felisberto Pinto Tavares, no período de 30 de junho a 2 de julho, Edmund Pink hospedou-se na casa do capitão Luiz Cunha, em sua fazenda denominada Tatu. Finalizando sua visita de oito dias a Mogi Mirim, o viajante inglês pernoitou de cinco a oito de julho na Fazenda Alegre, de João Leite.
Antes de rumar para Campinas, Edmund Pink escreveu sobre a floresta que percorreu em Mogi Mirim: “Trata-se de uma floresta virgem magnífica, com inumeráveis árvores e plantas, com as árvores atingindo alturas de 80 a 100 pés e diâmetro proporcional. Estou me divertindo com caçadas, havendo abundância de divertimento nas matas que permanecem intocadas pela devastadora mão do homem”.

Legenda da Foto: Taverna em rua de Mogi Mirim no século XIX.
Gravura feita em 1823 pelo comerciante inglês Edmund Pink.

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