quarta-feira, setembro 18, 2024
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Programa da Assistência Social oferece oficinas às pessoas em situação de rua

O oferecimento de oficinas, como grafite, inseridas no Programa Ação Solidária, voltado às pessoas em situação de rua, já começou a ser colocado em prática, no último dia 20. A iniciativa, organizada pela Secretaria de Assistência Social, está sendo desenvolvida no imóvel da antiga sede da Guarda Mirim, localizada na Ladeira São Benedito, pelo período de 30 dias, inicialmente.

Antiga sede da Guarda Mirim, na Ladeira São Benedito (Foto: Ludmila Fontoura)

O prédio dispõe de refeitório, lavanderia, banheiros e quartos. Além da opção de pernoite, as pessoas recebem uma alimentação adequada e um kit de higiene. Segundo a secretária de Assistência Social, Leila Iazzetta, a ação é regulamentada e atende os munícipes que possuem cadastros no serviço social. Na relação da pasta, constam 70 pessoas, aproximadamente, vivendo nessa situação diariamente, mas somente cerca de 20 delas confirmaram o nome e apresentaram interesse na utilização dos serviços oferecidos.

De acordo com o Executivo, 90% dos moradores de rua são pessoas da cidade e que têm família em Mogi Mirim. Leila ainda esclareceu que o Poder Público não tem respaldo na legislação para obrigar as pessoas em situação de rua a participarem das ações disponíveis. “Para eles, é opcional”, destacou. “Há a oferta dos trabalhos, mas não há o poder de coerção para que saiam das ruas ou áreas públicas, a fim de serem beneficiados por esse programa”, completou a secretária.

Com o intuito de facilitar o acolhimento e a interação social entre os envolvidos, todos os serviços do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) passaram a ser disponibilizados em um único local, abrangendo desde os atendimentos individualizados até os tratamentos coletivos, passando pelo café da manhã e utilização de área para banhos e lavagem de roupas. A Ação Solidária é elaborada em parceria com as secretarias de Governo, Segurança Pública, Educação e Saúde.

Abaixo-assinado
Os moradores da Ladeira São Benedito, região central da cidade, não aprovaram a decisão da Secretaria de Assistência Social de voltar a oferecer, diariamente, café da manhã e banho aos moradores em situação de rua, no imóvel da antiga sede da Guarda Mirim. O serviço vinha sendo prestado no Creas, que fica na esquina entre a Paróquia São Benedito e Santa Casa de Misericórdia, mas após reclamações de que as pessoas em situação de rua vinham causando incômodo na área da Praça Duque de Caixas, em frente à igreja, a mudança foi anunciada pela secretária, no começo do mês.

O anúncio pegou de surpresa os moradores da ladeira, que preparavam um abaixo-assinado contra a alternativa adotada pela Administração Municipal. “A lei determina a região central como o espaço apropriado para a realização desses trabalhos. Vamos incorrer em ilegalidade se oferecermos uma estrutura em qualquer outra região da cidade”, justificou Leila.

Para o prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB), a polêmica é causada por quem desconhece as regras legais, uma vez que o país assegura o direito de ir e vir. “Não podemos fazer o que muita gente imagina. Não podemos pegar um caminhão de boa-fria e colocar morador de rua e levar para outra cidade, como se fazia no passado. É uma insensatez, é uma agressividade, uma desumanidade ”, declarou o chefe do Executivo. Carlos Nelson ainda reforçou que não há nada que o Município possa fazer.

“A não ser fazer o possível para alimentá-los, para dar algum tipo de acolhimento. Não podemos, evidentemente, construir um prédio para esse pessoal morar porque seria alimentar o processo”, acrescentou. O prefeito garantiu que irá agir em tudo que for possível, mas dentro da lei e daquilo que se considera humanidade. “Quando eu falo que não tenho o que fazer, as pessoas olham perplexas, como se o prefeito de uma cidade tivesse todo o poder necessário para fazer essas coisas. Aliás, eu tenho muito mais obrigações do que direitos”, concluiu.

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