domingo, abril 20, 2025
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Oliver aborda brutalidade e lambidas no rugby

Jogador do Mogi Rugby, Rodrigo Cardoso, o Oliver, que já defendeu o Jaguars, de Jaguariúna, conta curiosidades sobre o rugby, revelando como os jogadores se provocam em campo. Oliver também aborda o prazer em derrubar um adversário.

Boteco – Já passou por alguma situação complicada no jogo?

Oliver – No scrum (formação de disputa da bola em reinícios de jogo), existem algumas atitudes quando o adversário quer te desestabilizar. Ele te belisca, dá lambida na cara, você tem que se segurar. Já levei beliscão, mordida na cara…

Boteco – Durante o jogo? O juiz não vê?

Oliver – Nessa formação de scrum, não vê, porque o pessoal está todo abaixado para disputar a bola, é complicado. A intenção é te desconcentrar. Porque você está numa formação em que precisa fazer força para disputar a bola. Então a pessoa te desconcentrando vai fazer com que você não foque sua energia em avançar e sim em ficar bravo, cabreiro.

Boteco – O que sente na hora?

Oliver – Raiva. Você quer passar por cima do cara e consegue passar. Você vai disputar a bola, ali, você vai ganhar, você está centrado. Geralmente quem faz isso aí é o adversário que sabe que vai perder o scrum, que não tem força para ganhar essa disputa. O cara mais fraco tenta te desestabilizar para fazer com que você não avance.

Boteco – Se o jogador for de ressaca consegue jogar?

Oliver – Eu participei de um jogo que os adversários foram a uma formatura um dia antes, não rende. Você passa em cima deles.

Boteco – Passar em cima é passar em cima mesmo?

Oliver – É passar em cima mesmo. Você está com a bola, o cara vem te tacklear (derrubar) e ele não te pega. Você passa por cima, ele cai, não consegue te derrubar.

Boteco – Você se sente um gladiador?

Oliver – Nossa, é uma delícia. Você pegar a bola, sai correndo, o cara vem te derrubar e você derruba ele.

Boteco – Às vezes quando o jogador fica provocando dá uma vontade maior de derrubar?

Oliver – Dá vontade e geralmente você consegue, nunca acabei um jogo sem derrubar um cara que eu queria derrubar.

Boteco – Nesse ponto você extravasa mais que no futebol?

Oliver – É mais fácil, porque você derruba o cara porque a função do atleta é derrubar, então você não está agindo de má fé, não está agredindo, está jogando as regras do jogo que é derrubar o adversário. E quanto maior o adversário, melhor para derrubar. Eu derrubei um chileno uma vez, eu estava jogando o Rugby Day em Jaguariúna, ele jogava numa equipe de São Bernardo, ele pegou a bola e veio correndo, devia pesar uns 115 quilos, eu na época acho que pesava uns 110. O chileno veio correndo, passando em cima de todos, eu falei: vou pegar esse cara. Aí dei uma chocada com ele.

Boteco – Para você pegar um cara que vem correndo, o que precisa fazer? Tem que correr também? Bater de frente?

Oliver – É difícil, tem que bater de frente com ele. Você tem que pegar ele pela perna, aí vai derrubar. Tem que acompanhar a direção do cara, tem que ter o tempo do tackle. E eu derrubei esse cara. Só que não tinha como eu ir na perna. Eu fui de frente, ele correndo e eu correndo. Chocamos peito com peito, ele deu uns três passos para trás, eu também. Ele veio de novo, aí o peguei pela perna, derrubei. Aí depois no terceiro tempo (confraternização), ele veio me parabenizar, que nunca ninguém tinha parado ele assim. Com um ano e meio, eu novato, me senti vitorioso, parei um cara bom, que inclusive tá no Corinthians.

Boteco – Oliver volta para abordar curiosidades dos terceiros tempos regados a cerveja e contar sobre como o rugby, apesar de bruto, torna os homens mais cavalheiros.

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