Aos poucos, o Centro Cultural de Mogi Mirim vem ganhando vida. Os buracos nas paredes do prédio estão sendo fechados e a estrutura parece ganhar forma apenas com cuidados básicos. Algumas paredes receberam aplicação de resina, impermeabilização e texturas, e até as pedras de ardósia do Salão Nobre foram limpas. Não se trata de reforma, mas de uma ação que pode ajudar a manter em pé o que representa a Cultura e Turismo de Mogi Mirim, que por trás das cortinas, literalmente, está um caos. Cerca de mil reais foram gastos com a aquisição das tintas e a mão de obra é da Prefeitura. “O que está sendo feito é uma manutenção que há mais de dez anos não era realizada. Na última vez, deram apenas um ‘tapa’ por fora quando ganharam um concurso (referente à pintura externa realizada há cerca de dois anos)”, ressaltou o gerente de Turismo, Samuel Cavalcante.
Na alteração, uma sala localizada no segundo piso do prédio também foi adaptada para os alunos do curso de teatro. O local onde as aulas de violão eram realizadas recebeu um tablado feito a partir de madeiras da Prefeitura que estavam paradas para que os alunos não sofram com o piso gelado no inverno. Lâmpadas também serão repostas e o jardim em frente ao espaço também foi revitalizado.
Ainda falta muito para ser feito, mas atrás das cortinas do palco o trabalho está andando. Os camarins estão recebendo cuidados especiais e até os tecidos que separam as coxias devem ser repostos. O teto do teatro está estragado e deve passar por manutenção.
Para reformar de vez o prédio é necessário que o espaço, que é emprestado pelo Governo do Estadual, seja municipalizado. No último ano, o ex-secretário da pasta, André Mazon, chegou a mencionar que medidas necessárias para a municipalização já estavam sendo tomadas. Mais de um ano se passou e até o momento o prédio continua a ser do Estado. A falta de reforma do espaço na época era um dos empecilhos para que o Museu não voltasse a ser reaberto ao público. “Só podemos fazer a manutenção do Centro Cultural, mas não é por que não podemos mudar a estrutura, que vou deixar o prédio cair”, frisou o Cavalcante.
O gerente garante que em breve o Museu será reaberto e que um dos empecilhos para isso é que espaço não tem acessibilidade e precisa de um profissional especializado para lidar com o acervo histórico. “Nós só precisamos de um elevador para garantir a acessibilidade, podemos conseguir por emenda parlamentar ou parceria com empresas. Temos algumas conversas, mas por enquanto nada está certo. Também estamos vendo uma parceria com a Unasp (faculdade localizada em Engenheiro Coelho), para criar um museu virtual, sem custo nenhum para o município. O professor viria com os alunos e seriam os estagiários que iriam criar o museu virtual”, disse o gerente.
Oficinas
No ano passado, algumas oficinas também estavam sem professores. Hoje, a situação está resolvida. Há dois professores para o teatro, dois para o curso de artes, um para balé, um para dança de rua, um para piano, um para dança cigana e outro para dança do ventre. O curso de dança afro é a único que está parado no momento, já que a professora passou por uma cirurgia e está afastada. Também há oficinas que são ministradas em parceria com a Banda Lyra Mogimiriana.
No próximo semestre, uma das novidades da Cultura será a parceria com a Secretaria de Educação. Alunos das escolas municipais farão aulas no Centro Cultural com os professores já existentes na grade.
Verba de R$ 250 mil
Uma verba de R$ 250 mil reais conseguida por meio de uma emenda parlamentar nos últimos anos também poderá ser utilizada nos próximos meses. Mas ainda falta a liberação do dinheiro para que, futuramente, sejam substituídos os equipamentos eletrônicos, as poltronas, e a iluminação do teatro.