Guto Ferreira e Dado Cavalcanti. Dois nomes que sempre serão lembrados pelo torcedor do Mogi Mirim graças à história vitoriosa que construíram defendendo as cores do Vermelho e Branco. Técnicos, até então, desconhecidos, em busca de um lugar ao sol no concorrido mercado do futebol profissional.
Eles venceram. Eles prosperaram e hoje têm carreira sólida e respeitada nacionalmente. Nos dois últimos finais de semana eles se encontraram na final da Copa do Nordeste. Competição que rivaliza com muita força com o Paulistão pelo posto de campeonato regional mais competitivo e atraente do país.
Para quem não acompanha a disputa, esta afirmação pode soar como um certo exagero desse colunista. Mas não é. Transmitido pela TV aberta para toda aquela imensa região, o Nordestão, como é conhecido, tem historicamente a maior média de público entre os regionais.
Reúne campeões brasileiros e os campeões estaduais com maior número de taças. É responsável pela geração de uma considerável estabilidade financeira para clubes que tem uma boa organização e hoje conseguem competir e tirar atletas e treinadores de centros considerados mais fortes.
No Sapo, Guto salvou o Mogi de uma degola, foi campeão paulista do Interior e levou o clube ao acesso à Série C do Brasileiro. Muito antes que fosse moda e arroz com feijão por aqui, ele já adotava o esquema do 4-2-3-1 com posse de bola e velocidade. Venceu a desconfiança de quem ainda não tinha um curriculum que o respaldasse e a pecha de ser o técnico indicado pela empresa. Na época, Rivaldo iniciava parceria com a Energy Sports, de Hélio Vasone, que passava a ter voz ativa nas decisões do futebol. Desta vez, o Ceará de Guto perdeu. Mas ele já levantou a taça do Nordestão duas vezes.
O Bahia de Dado Cavalcanti se consagrou campeão após vencer o segundo e decisivo duelo por 2 a 1 e confirmar o triunfo nos pênaltis. Foi com Dado, que substituiu Guto por aqui, que o Mogi fez sua última grande campanha na elite estadual, em 2013. O Sapo chegou à semifinal e foi eliminado pelo Santos apenas nos tiros da marca da cal, em jogo com arbitragem bastante discutível.
Me atrevo a dizer que a camisa peixeira pesou e faltou muito pouco para alcançar a final. Até hoje esse é um dos trabalhos de destaque da carreira do treinador que tem trajetória um pouco mais irregular, mas parece estar reencontrando seu caminho.
Tonico
Há poucos dias, a comunidade do futebol amador de Mogi Mirim perdeu um de seus membros mais ilustres. Tonico foi um dirigente histórico, com suas raízes fixadas no bairro do Mirante, mas dono de uma visão coletiva que poucos têm.
Gente simples, disposta a ajudar e que se dedicava às suas cores com extremo entusiasmo. Vai em paz, meu amigo. Você nos deixou muito precocemente. Fica a saudade e a história de luta pela sua grande paixão.