sexta-feira, novembro 22, 2024
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Os esportistas heróis

Por uma série de razões, o futebol desperta paixões e ostenta a soberania da preferência popular. Pela maior adesão no seio da sociedade, é compreensível seu predomínio no noticiário esportivo e mesmo do interesse da iniciativa privada no que tange ao pensamento mercadológico. Por outro lado, não é positivo que o poder público priorize o futebol amador diante da capacidade já demonstrada desse esporte de se organizar por conta própria, com competições independentes. Clubes conseguem recursos para pagar jogadores. O poder público deveria distribuir esses recursos em outros esportes. A Prefeitura busca apoiar outras modalidades, mas ainda é insuficiente diante das carências, o que demandaria um esforço maior na visão em relação ao esporte.

Mogi Mirim é uma cidade repleta de talentos em diversas modalidades, já há muitos anos. Um dos exemplos é o hoje secretário de Esportes, Dirceu Paulino, que trilhou uma rica história no vôlei. Assim como nacionalmente, atletas fazem “milagres” para se manter em atividade, muitas vezes tendo pouco reconhecimento até em suas próprias cidades. Os patrocínios, embora às vezes aparentemente em grande quantidade, ainda são pouco perto da necessidade. Recursos da família acabam sendo a salvação, mas há limites.

Um dos exemplos é a esquiadora Mirlene Picin, que conseguiu conquistas históricas saindo de uma cidade que não conta com estrutura para o exótico esporte. Ainda assim, enfrenta dificuldades e já deixou de dar passos maiores pela falta de um apoio mais incisivo, mesmo representando com esmero o Brasil.

Nadadores do Clube Mogiano/Free Play como Conrado Lino se mantém em evolução graças ao esforço do técnico Ricardo Martiniano que se desdobra na tentativa de dar reconhecimento financeiro aos principais nadadores, já que o treinamento em alto nível praticamente impede outros tipos de trabalho. Há dificuldade em ser valorizado como profissional de outros esportes, como bem sabe, por exemplo, Ivan Albano, reconhecido nacionalmente no triatlo.

Outro nome que conhece bem as agruras do esporte é a carateca Beatriz Janini, com histórico de representação da seleção nacional. As dificuldades fazem atletas buscarem alternativas para angariar recursos podendo comprometer o que são mais apaixonados ou melhor sabem fazer, sem contar o risco de abandono de promissoras profissões.

Assim como a imprensa deveria garantir mais espaço para esportes alternativos, o público poderia abrir a mente e se permitir conhecer mais o que não é futebol. A iniciativa privada poderia colaborar mais, especialmente as empresas de maior poder aquisitivo. E o poder público, especialmente, agir principalmente na formação, além de apoiar os experientes, espelhos para o surgimento de novos atletas. A soma de esforços pode ser uma arma interessante para a evolução e valorização de nomes que se dedicam por uma modalidade e representam a comunidade.

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