Nem todos que envelhecem são maduros, já parou para pensar? Conheço várias pessoas na terceira idade imaturas. Sim! A maturidade não tem a ver com a idade exclusivamente, mas com a qualidade das experiências que se tem com a vida. E esta qualidade não tem a ver com experiências boas ou ruins, mas com a maneira como você lida com qualquer situação e as registra em seu “banco de experiências”, ou seja, a memória em si. Para isso é preciso paciência.
Paciência para lidar com as diferenças entre você e os outros, mas, principalmente, para lidar com seu equilíbrio emocional e afetivo enquanto observa tais diferenças. Paciência para aprender as lições que a vida reserva para você, paciência para ver o seu corpo se transformar ao longo do tempo e ao mesmo tempo se ajustar às novas demandas que ele vai te pedindo.
Ouço dizer que “paciência é a ciência da paz”. Enquanto tudo acontece através de você e com você, torne-se tal cientista e refine cada vez mais suas pesquisas sobre “como lidar com as diversas situações da vida”, através de experiências mais pacíficas. Ou seja, sem desperdícios com tumultos internos, angústias ou sentimentos ruins quando algo acontecer. São estas coisas que nos fazem gastar uma enorme quantidade de energia para nada, além de destruírem nossos “recursos naturais”, podendo nos levar a verdadeiros “apagões”. Sinal de que a maturidade passou longe… enquanto sua forma de “criança imatura” continua te dando tombos.
O comportamento de “amadurecer sem maturidade” muitas vezes se demonstra em ataques explosivos, confusão mental, perguntas inadequadas ou desnecessárias, conversas fora de hora, senso de necessidades nunca supridas, sentimentos de vazio interno, ansiedade, pressa de se viver, impaciência com os próprios erros, desejar que o tempo não passe, culpas, medos, arrependimentos… vixi, a lista é longa!. Para isso é preciso entendimento.
Entendimento sobre como eu funciono nas situações do dia-a-dia. Desde as mais simples às mais complexas. Afinal de contas, um bom motorista mantém uma boa direção se ele conhece bem o carro que dirige. Há 10 anos criei um hábito saudável de me observar assim, por isso posso dizer que mesmo não tendo meus futuros 60 anos, consigo lidar com a maioria dos desafios diários com leveza e satisfação, experimentando que a cada passo em direção ao envelhecimento, visualizo-me segura e cheia de conquistas, deixando a visão de perdas e limitações bem distante de serem uma preocupação, por mais que elas possam acontecer independente da idade.
Assim, a maturidade não é idade acumulada, mas aquilo que vem com paciência através do tempo e entendimento através do conhecimento de si mesmo. É um certo tipo de “profunda compreensão desapegada” com o que se está vivendo, onde emoções não atrapalham o processo de aprendizado e o acúmulo de mais uma lição aprendida, acontece. Para mim, é isso que nos faz preencher de significado e satisfação as páginas de nossa história. E quer saber? Desenvolver felicidade na terceira idade é desenvolver a felicidade de uma vida inteira!
Publicado por Gal Rosa da Equipe Terceira Idade