Estava bem tranquila e contente essa semana quando chegou, em meu WhatsApp, a notícia de que o rosto do ator Fábio Assunção seria, neste Carnaval, tema de máscaras. A capa de um jornal mostrava a máscara enorme, ilustrada com seu rosto, e que tem apenas os olhinhos furados para que as pessoas enxerguem. Tudo bem até aí, eu ri muito e até comentei com as pessoas sobre as máscaras. Depois, de noite, mudando os canais da televisão, vi que as máscaras foram notícia em um programa de televisão, daqueles de fofoca, sabem?! Então, comecei a pensar mais profundamente sobre o assunto e tive vergonha das minhas ações, de ter compartilhado, inclusive, memes e o vídeo de uma chamada de celular em que aparece o nome de Fábio Assunção como se estivesse telefonando. Mas, gente, o que está por trás disso é muito sério! Pelo menos para mim e eu pretendo não ficar rindo mais disso. Vamos lá.
A gente fica rindo dessas coisas, sabe, mas gente, vocês já pensaram por qual motivo o Fábio Assunção se tornou alvo para memes? O motivo é que ele se envolveu em uma série de situações por conta de estar embriagado e sob o efeito de drogas (postura que ele disse ter mudado). Quem bebe ou faz uso de qualquer coisa que altere o estado, digamos normal, sabe que depois, muitas vezes, bate um grande arrependimento, seja pelos feitos, pelas coisas não realizadas e até em relação às falas. Agora, imagine, ele se tornou meme pelas coisas que fez durantes essas circunstâncias. Então, só queria fazer algumas perguntas para vocês e que fiz para mim também: você sentiria orgulho de se tornar um meme por conta de ter passado por uma situação que hoje considera vexatória? Eu duvido que alguém, no estado que chamei de normal, gostaria. Outra pergunta: você gostaria de ter vídeos seus circulando no WhatsApp e em que está falando um monte de abobrinha, brigando com Deus e o mundo, e dando relaxo por aí?
Bom, não sei qual a opinião de vocês, mas eu me senti ridícula de ter achado engraçado essas coisas. E, mais, a gente anda achando muitas coisas que são ruins engraçadas. Nesta semana, em que houve o atropelamento do idoso no Centro de Mogi Mirim, eu pude ver o quanto as pessoas estão maldosas, é só ver pelos comentários nas redes sociais!
Sabe, gente, está faltando empatia que, para quem não sabe, é quando a gente se coloca no lugar do outro e tenta entender como o outro se sentiria. A gente não faz isso, eu não faço isso, você, tenho certeza, também pisa no tomate em certos momentos. O não pensar no outro está fazendo a sociedade cada vez mais doentia. Precisamos mudar.
Para finalizar, queria dizer ainda que li uma entrevista em que o Fábio Assunção fala sobre a questão dos memes. Ele disse que se sentiu, a princípio, ofendido, mas que depois com a ajuda de seu filho adolescente, o João, é que ele passou a se sentir melhor. No entanto, ele disse que nem tem redes sociais para acompanhar os fatos e que o que sabe é porque as pessoas lhe contam. Se ele achou ofensivo, eu não posso pensar que isso é engraçado. Eu. Vocês, não sei. Quero focar em florescer mais em 2019.
Ludmila Fontoura
jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a Puc-Campinas, além de Historiadora e pós-graduada em História Social pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu, as Fimi.
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