terça-feira, abril 22, 2025
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Os personagens daquele velho dérbi de 1919

Seguindo no ritmo da rivalidade entre mogimirianos e itapirenses, vamos adentrar mais a fundo na história do prélio registrado entre Mogy-mirim Sport Club e Sport Club Itapirense em 12 de outubro de 1919. Naquele dia, no ‘ground’ mogimiriano, os clubes se enfrentaram naquela que seria a primeira partida da então recém-fundada agremiação itapirense.

Os jornais A Comarca e Folha de Itapira daquela semana traziam informações com grande entusiasmo. Era o momento de trazer a recordação dos “bons tempos de outrora”. O futebol ainda era amador naquela década e havia chegado ao Brasil recentemente. Mesmo assim, o saudosismo tratado impressiona. E evidencia a longevidade do Mogi Mirim Esporte Clube, patrimônio irrevogável de toda a história local.

Mesmo que, desportivamente, nem todos os dias foram de glória. Quem leu a coluna anterior sabe que o resultado daquele amistoso não foi positivo para os anfitriões. O Mogi foi a campo com Sady no gol. Tagué e Paschoal formavam a linha defensiva, dando retaguarda para a linha média formada por César, Tanguinho e Fagundes. No ataque, Renato, Alfredinho, Zizinho, Valério e Luiz.

O SC Itapirense chegou a Mogi em automóveis. O time foi escalado com Renato; Breda e Joanico; Rosário, Marella e Barison; Odil, Fernandes, Oscar, Galvão e Seridó. Nico e Antonio foram os suplentes dos visitantes, enquanto Tilo, Venâncio e Crescencio ficaram no banco do Mogi.

Pouco antes, porém, às 14h30, ocorreu o encontro dos segundos times de Mogy-mirim Sport Club e Sport Club Guassuano. Os locais se alinharam com Dandalo; Angelo e Leitão; Vaz, Crescencio e Tiborne; Venâncio, Caio, Abílio, Mello e Zico. Já os guaçuanos entraram em campo com Carlito; Reynaldo e Capussoni; Camões, Copti e Zico; Octaviano, Salvador, Nenê, Waldemar e Rodrigues.

E nem só de futebol viveu aquela tarde. A Banda do Tiro executou várias faixas de seu ‘cardápio’ musical. O vice-prefeito mogimiriano em exercício, Joaquim Feliciano de Andrade cedeu bancos a serem colocados no estádio. Os sócios quites com as mensalidades entraram de graça. Os demais, pagaram 600 réis, sendo que as crianças entraram ao valor de 300 réis. Em um cálculo aproximado, sem levar em conta inflação e outras influências, a meia-entrada custava R$ 36,90 e a inteira R$ 73,80.

O valor ficou bem salgado nesta conversão. E quem foi ao estádio do Mogi Mirim ainda viu o clube perder por 1 a 0 no amistoso do time principal. O resultado gerou críticas da crônica esportiva da cidade, sobretudo, pela falta de treinos da maioria dos atletas escalados.

Este foi apenas um dos capítulos da história de embates entre clubes das duas cidades. Semanas depois, os clubes começaram a discutir a criação da Taça Concórdia, com troféu oferecido pelo Mogi. A reunião ocorreu com representantes de agremiações de Itapira, Pinhal, Cascavel (então nome de Aguaí) e São João da Boa Vista.

Barros Penteado foi delegado do MMSC a convite do secretário do clube, o professor Valério Strang. A ideia era pela fundação da Liga Mogyana de Foot-ball, criada exatamente para a disputa da taça. O primeiro duelo foi marcado para Mogi, entre SC Itapirense e Cascavel.

Em 30 de novembro de 1919, cascavelenses e itapirenses se enfrentaram. Um trem com mais de 300 torcedores de Itapira fez parada na estação mogimiriana por volta de 16h30. Também bom foi o público que chegou da então Cascavel, que venceu o quadro itapirense por 1 a 0. Este é um aperitivo. Nos próximos episódios, falamos mais sobre esta competição.

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