Há mais de 250 anos, três recenseamentos foram realizados em Mogi Mirim, anteriores à criação do município, nos anos de 1765, 1766 e 1767, e que mostram sua importância no território paulista, segundo os dados estatísticos.
Censo de 1765
Nessa época, Mogi Mirim tinha apenas 13 anos de existência oficial, pois foi fundada em 1° de novembro de 1751, mas já era uma das mais importantes e populosas de São Paulo.
Em 1765, Mogi Mirim tinha uma população de 1282 habitantes, composta por portugueses, brasileiros natos e indígenas da nação Caiapó, que eram listados como “agregados”, além de escravos africanos. Dos apontamentos, selecionei 10 famílias: Maurício Ferreira de Queiroz, José Garcia Pinheiro, Lourenço Ferreira de Queiroz, Antônio Siqueira Nunes, Manoel Ribeiro de Figueiredo, João de Godói Moreira, Bernardo da Cunha, Angelo Alvares de Figueiredo, José da Costa Peixoto e Antônio de Freitas, com a média de quatro filhos por casal e um total de 11 agregados caiapós. Essas famílias tinham um total de quatro militares e seis lavradores por casal. Os militares pertenciam às três companhias sediadas em Mogi Mirim e que possuíam um efetivo de 143 soldados na ativa.
Censo de 1766
Nesse ano, Mogi Mirim tinha uma população de 1.303 habitantes, sendo 658 homens e 645 mulheres, vivendo em 225 casas. Segundo esse censo, realizado em 19 de dezembro de 1766, Mogi Mirim era a 14ª em população e casas do território paulista, maior que Jundiaí, São Vicente, Itanhaém e outras. Curiosamente, na época, Curitiba e Paranaguá faziam parte do território paulista, e o número de casas e habitantes paulistas equivalia a menos que quantidade das casas e habitantes atuais de Mogi Mirim! A população total paulista era de 40.391 mil habitantes e com 10.108 mil casas. Campinas foi fundada, oficialmente, oito anos depois, quando foi elevada à freguesia em 14 de julho de 1774.
Censo de 1767
Em 16 de fevereiro de 1767, Mogi Mirim tinha 1338 habitantes, sendo 777 adultos e 561 menores de 14 anos. Parece que, naquela época, os maiores de 14 anos eram considerados como adultos! Mogi Mirim tinha 251 casas e cerca de 40% da população masculina adulta estava alistada nas tropas militares: Infantaria, Cavalaria e Granadeiros. O governo português considerava Mogi Mirim como um posto avançado na defesa contra possíveis invasões espanholas. Inclusive, por esse fato, nossa terra foi elevada a município, por razões estratégicas. Alguns dos habitantes de 1.767 geraram uma descendência que ainda tem membros familiares na atualidade, como os Gurjão Cotrim, Adorno e Rodrigues do Prado, famílias bicentenárias de nossa terra.
(Fonte: Arquivo do Estado)
250 anos de Município
A partir de hoje, início uma série de 30 artigos comemorativos aos 250 anos da criação do município, que irá se encerrar em outubro de 2019. Também editarei o livro“ Memórias Mogimirianas”, comemorativo a essa data, uma das seis maiores de Mogi Mirim.
Leitores
Recentemente perdi minha mais idosa leitora, dona Santa Queiróz, que faleceu com 99 anos de idade. Nunca deixou de ler meus artigos e leu meu livro “Mogi Mirim, nascida da bravura dos paulistas”, em apenas um dia! Quinhentas e dez páginas!
Preceitos Bíblicos
“Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim! Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo e protegê-lo, pois meu nome ele conhece. Ao invocar-me, hei de ouvi-lo e atendê-lo, e a seu lado eu estarei em suas dores”. (Salmo 90).
Túnel do TEMPO
Em 11 de fevereiro de 1888, no mesmo dia do assassinato do mogimiriano Joaquim Firmino, aconteceu intensa movimentação entre os escravos da Penha do Rio do Peixe (atual Itapira) e região, numa incrível demonstração de solidariedade ao delegado morto. Como vingança pacífica, os escravos abandonaram as fazendas, e rumando para Mogi Mirim, sem que seus senhores pudessem resistir a esse ato de liberdade. (Do livro “A escravidão e o abolicionismo regional”.
Imagem Divulgação Arquivo Nelson Patelli Filho