sábado, novembro 23, 2024
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Os Quatro Desejos de Faustino – n° 699

O Jornal “A Cidade”, editado em Mogi Mirim na década de 1930, publicou em sua edição de n° 150 uma crônica escrita por M.A.F. Com esse pseudônimo ele contou a história do ex-escravo Faustino e tendo como cenário a última década do século XX, que M.A.F. presenciou e relatou conforme segue:

Faustino foi um escravo que, pela sua obediência, servidão e antiguidade, foi contemplado pelo seu “dono” com a liberdade. Trabalhou como carpinteiro arguto e capaz. Sua mulher, Custódia, também obteve, na mesma época, a sua liberdade. O casal passou a alimentar um grande sonho: possuir uma casinha própria!
Com o trabalho de Custódia como cozinheira e de Faustino como carpinteiro, tempos depois conseguiram construir sua casinha, que ficava na Rua Dr. José Alves, n° 13, quase defronte à Prefeitura.

Realizou o 1° desejo!
Faustino era analfabeto e tinha outros dois sonhos, aprender a ler e escrever e ajudar o vigário na realização de uma missa! Depois de três anos conseguiu finalmente aprender e ajudar o vigário da Paróquia de São José em uma missa! Assim, realizou seus segundo e terceiro desejos!

Um novo desejo surgiu em Faustino: realizar uma festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário! Contou com a ajuda da Irmandade do Rosário, que o nomeou festeiro, com todas as honras e incumbências do cargo. Faustino, a partir daí, não descansou, organizando o programa, solicitando auxílio do povo, organizando o Congado, Caiapó e a Dança Moçambique, que concorreram extraordinariamente para o êxito da festa.

Os três grupos de dança saíram fantasiados e bem ensaiados, conquistando a admiração de grande massa popular, que aplaudia as Embaixadas enviadas de um grupo para outro. Esse foi seu quarto desejo realizado!

A festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário foi um grande sucesso! Mas no final uma péssima surpresa aguardava o bom e carinhoso Faustino: as despesas foram maiores que a receita! Ele se viu obrigado, com os deveres de festeiro, a cobrir o déficit. Não existindo outro meio de pagar as dívidas, viu-se na contingência de hipotecar sua casinha!

Nos anos seguintes, e com muito trabalho, esforço e economia, conseguiu pagar a hipoteca e salvar sua amada casinha, onde passou feliz os últimos anos de vida. Havia realizado todos os seus sonhos e agora depositando suas esperanças no filho Maméde, que esperava continuar a honrar e dignificar o nome de Faustino, . Estás foram as palavras do cronista M.A.F., que assim finalizou essa real e comovente história no antigo Jornal “A Cidade”.

Uma locomotiva “Maria Fumaça”, da Companhia Mogiana, parada na estação no ano de 1936.

Preceitos Bíblicos

“O destino de todo homem é morrer uma só vez e, depois, vem o julgamento. Do mesmo modo, também Cristo, oferecido uma vez por todos, para tirar os pecados da multidão, aparecerá uma segunda vez, fora do pecado, para salvar aqueles que o esperam”. (Hebreus 9-27-28)

Túnel do TEMPO

31 de dezembro de 1928 – Existiam em Mogi Mirim 374 casas comerciais, explorando o ramo de calçados, fazendas, secos e molhados, gêneros da terra e outros, entre pequenas e grandes lojas e armazéns.

Livros – História de Mogi Mirim e Região

Mogi Mirim, nascida da bravura dos paulistas | 512 páginas e 42 fotos
A escravidão e o abolicionismo Regional | 278 páginas e 56 fotos
Memórias Mogimirianas | 260 páginas e 47 fotos

Pontos de venda em Mogi Mirim

– Banca da Praça Rui Barbosa
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Pontos de venda em Mogi Guaçu

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