Relembrando a vida econômica de Mogi Mirim em meados do século passado, depois de ter escrito sobre as antigas indústrias e armazéns de secos e molhados, chegou a vez de mencionar as padarias e torrefações de café existentes há mais de 50 anos e que tiveram um papel preponderante naqueles tempos.
Padarias
Rua Chico Venâncio. Esse era o endereço onde estava localizada a Padaria Wey, de João Wey, um alemão radicado em Mogi Mirim e que fabricava deliciosos pães e confeitos diversos, utilizando grandes fornos alimentados por lenha e que davam um sabor especial aos produtos.
Na Rua Conde de Parnaíba, a Padaria Seleta produzia pães, biscoitos e diversos tipos de bolachas. Fundada em 1935 por Pirame Pacini, foi depois adquirida por Sinézio Guedes e, finalmente, por Nelson Velo e José da Silva Valim, associados do Comércio e Indústria Velo e Valim Ltda.
A Padaria Paulista ficava à Rua Chico Venâncio e, além das vendas no balcão, fazia entregas a domicilio pelo sistema usual na época: carroças puxadas a cavalo e que levavam aos lares mogimirianos produtos fresquinhos, saídos do forno e quentinhos.
Já a padaria Estrela, da família Guimarães, ficava localizada à Rua Cel. Guedes, ao lado do Mercado Municipal. Dona Minervina e seu filho Osvaldo comandavam a produção de esmerados produtos, onde sobressaiam variados tipos de roscas, biscoitos pera e de polvilho, pães de banha e franceses.
Outra padaria era a São José, propriedade de J. E. Morais, localizada à Rua José Bonifácio. Dentre os diversos produtos, um deles constituía autêntico sucesso entre os consumidores, um delicioso doce de creme com queijo e que assim era anunciado: “Para sermos felizes e a sorte nos sorrir, creme de queijo devemos preferir.”
Torrefações de Café
Há cerca de 50 anos, no comércio de Mogi Mirim existiam duas torrefações em atividade: Café Coppo e Café Sanchez. A primeira, se localizava na Praça Rui Barbosa e foi fundada pelo comerciante Antonio Cop-po. Depois, transferiu-se para o Distrito Industrial I.
A Torrefação de Café São José, de João Guardia Sanchez, localizava-se inicialmente à Rua José Bonifácio e embalava o Café Sanchez. Continua no mesmo antigo endereço, n° 37.
Ainda paira no ar o doce aroma do café, quando era torrado nessas duas empresas e que espalhavam pela Praça Rui Barbosa o suave e doce odor da rubiácea. Lembrei-me de um fato curioso, ocorrido quando eu trabalhava na Monroe. Mr. Banks, diretor daquela fábrica de amortecedores em Mogi Mirim, certa vez, incumbiu-me de adquirir 20 pacotes de 250 gramas de café para levar aos seus amigos dos Estados Unidos. E recomendou-me: “mas precisa ser aquele café de aroma irresistível, que sinto quando passo pela Praça Rui Barbosa”. Comprei os pacotes, mas desconfio que até chegar aos Estados Unidos, o aroma não tenha chegado tão forte…
Neste artigo, é claro que citei especialmente os estabelecimentos mais populares da época, ano de 1950. Seria impossível todos os demais, existentes naqueles tempos, ficarem aqui mencionados em um único relatório.
Túnel do Tempo:
Em 17 de julho de 1938, o Mogi Mirim Esporte Clube criou um departamento destinado a divulgar o noticiário do clube para a imprensa e população em geral. Era o Departamento de Propaganda e Imprensa. A ideia partiu do presidente do Mogi, Dr. Nelson Mendes Brioso.
Legenda da Foto:
Encontrei esta foto nos antigos pertences de meu saudoso pai. Datada de 1937, mostra um grupo de rapazes festejando com churrasco e chope, num ambiente dos mais alegres. Notem nas mãos de alguns, pinicos cheio de cerveja! Há 77 anos e demostrando que alegria e brincadeira não tem época.