O aposentado Edmundo Souza Emilio, de 69 anos, foi autuado em flagrante após matar a tiros o próprio filho, o metalúrgico Wagner Faria Emilio, de 43 anos, na tarde da última terça-feira, e vai responder pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, conforme boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil de Mogi Mirim.
O crime ocorreu à Rua Antônio Domingos Brait, na Vila Pichatelli, zona Sul da cidade, por volta das 16h15. Segundo informações da Guarda Civil Municipal (GCM), o pai, Edmundo Souza Emilio, de 69 anos, fez dois disparos contra Wagner. Os guardas municipais informaram que, de acordo com a perícia, os tiros atingiram a cabeça e a nuca da vítima.
O pai foi detido e levado ao plantão policial para prestar depoimento. O delegado confirmou a voz de prisão e Emilio foi encaminhado para a Unidade de Detenção, em Itapira, onde permanecerá à disposição da Justiça.
Um homicídio qualificado ocorre apenas se o crime é doloso, ou seja, quando há intenção de matar. Um homicídio simples tem pena estipulada em no mínimo seis anos, podendo chegar a 12. Quando há os qualificadores, nesse caso, o motivo fútil, a punição é aumentada. O juiz é quem decide o tempo de reclusão.
Relembre
Os guardas civis municipais, que atenderam a ocorrência, relataram que pai e filho se desentenderam por conta do cachorro da família. Emilio teria batido com um pedaço de pau no animal a fim de colocá-lo para dentro da casa, já que havia escapado do imóvel onde a família – pai, filho e mãe – mora.
A atitude do pai, reprovada por Wagner, dono do cão, foi motivo para que ambos iniciassem uma discussão ainda na rua. Após entrarem em luta corporal, Emilio pegou a arma, possivelmente um revólver calibre 32, e atirou contra o filho, que caiu na calçada.
O aposentado tentou fugir a pé, logo depois do crime, mas foi capturado pela Ronda Ostensiva Municipal (Romu) da GCM, no início da Avenida Adib Chaib, próximo à Rodovia SP-147. Ele confessou aos guardas ser o autor dos disparos e disse que a intenção não era matar, apenas dar um susto no filho.
No dia, a arma não foi localizada pela equipe. Até então, os guardas municipais da Romu acreditavam que Emilio teria dispensado o revólver em um córrego próximo à região onde o idoso foi abordado.
O Instituto de Criminalística (IC) foi acionado e o corpo removido pelo serviço funerário até o Instituto Médico Legal (IML) de Mogi Guaçu. O metalúrgico foi sepultado no Cemitério da Saudade, no Tucura, na tarde de quarta-feira.
Policiais encontram arma em imóvel, um dia depois
Policiais civis do município localizaram, na manhã de quarta-feira, dia 21, a arma de fogo, usada no assassinato do metalúrgico, escondida na residência da família, mesmo endereço onde o crime aconteceu naquela tarde.
Após algumas horas de busca, com apoio dos Bombeiros e da Guarda Civil Municipal (GCM), sem sucesso, pelo leito do córrego, onde o autor dos disparos, supostamente, teria dispensado o revólver, os policiais resolveram seguir até a casa do aposentado, como uma última tentativa de achar a arma.
Com autorização da esposa e de uma testemunha, a equipe da polícia iniciou a vistoria no imóvel, tanto na parte interna quanto externa, e encontrou o revólver em cima da laje de um cômodo situado aos fundos da residência.
Segundo o boletim de ocorrência, possivelmente, o armamento deve ter sido utilizado no crime, uma vez que o revólver localizado trata-se de um calibre 32, com três estojos deflagrados e três cartuchos íntegros. Também foram apreendidas sete munições intactas.