A direção municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) enviou ofício na quinta-feira para a secretaria da Câmara Municipal informando que o vereador do partido, Waldemar Marcúrio Filho, o Ney, não representa a sigla e não será mais a partir do próximo ano o líder do grupo no Legislativo.
O comunicado é assinado pelo atual presidente do partido, Ernani Gragnanello e pelo presidente eleito, Oberdan Quaglio Alves, que assume o posto a partir do próximo ano. Eles justificam a decisão por conta do vereador ter votado a favor de projetos “imorais e ilegais” do governo do prefeito Gustavo Stupp (PDT) e de Gerson Rossi (PPS) e ter se manifestado e praticado atos contrários aos movimentos sociais de junho e julho.
Elem disso, a direção afirma que Ney teria contratado trabalhadores, os mantendo em condições degradantes, constatado pelo Ministério Público do Trabalho. Tais práticas não seriam condizentes com os princípios partidários do PT.
Um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) chegou a ser assinado pelo vereador, em que ele se comprometia a manter seus empregados em alojamentos em boas condições de utilização, não permitir moradia coletiva de famílias, manter os trabalhadores devidamente registrados, fornecer equipamentos e segurança, dentre outras.
Passado o ano, o partido deverá entrar com um processo interno para expulsar o vereador. “Ainda não fizemos isso porque estamos esperando a transmissão dos cargos. Em meados de janeiro já iniciamos e a executiva estadual do partido vai decidir se ele sai ou não”, disse Oberdan.
Defende
Procurado pela reportagem de O POPULAR na quinta-feira, Ney disse não saber o conteúdo da carta que afirma que ele não representa mais a liderança do PT na Câmara. “Não estava sabendo disso, mas no começo havíamos conversado de que no primeiro ano eu seria o líder e no segundo o Luiz (Guarnieri). Mas isso é retaliação”, disparou.
No início de novembro, a executiva municipal realizou as eleições para a presidência do partido. Ney, que defendia uma aproximação com o governo municipal foi derrotado por Oberdan, que assim como a direção atual do partido, é oposição à Stupp.
“Estou aguardando um comunicado oficial, mas já tenho reunião marcada em janeiro e vou trazer integrantes do PT estadual”, disse. Sobre a questão dos trabalhadores, o vereador afirma que o caso ocorreu há cinco anos, mas que não empregava os trabalhadores. “Teve sim essa investigação de trabalho escravo, mas eu só fiz a locação do meu barracão para um pessoal que veio da Bahia. Eles se aproveitam disso para denegrir minha imagem”, concluiu.
Em janeiro já iniciamos o processo de expulsão e a executiva vai decidir se ele sai ou não”
Oberdan Quaglio Alves, que assume a presidência do PT em janeiro
