Foi no dia 1º de novembro de 1751 que, oficialmente, teve início a profissão da fé católica na cidade. Neste dia, há praticamente 271 anos, foi criada a Paróquia de São José de Mogi Mirim. A formação pode ser tratada até como a origem correta do próprio município, ao menos na visão de alguns historiadores, já que, nesta data, o antigo arraial subiu ao posto de freguesia. Fato é que há quase três séculos surgiu, formalmente, a primeira comunidade católica da cidade e uma das primeiras do estado de São Paulo.
Diferente do ano passado, quando houve um amplo festejo pelos 270 anos, para este ano, não há uma programação especial para a data. Em 2021, a celebração começou em 30 de outubro e foi até os últimos dias de novembro. Houve quermesse e missas com temas especiais, sobretudo do ponto de vista solidário, além de novena entre 10 e 18 de novembro.
História
Nestas 27 décadas, muito mudou. Em 1815, foi realizada a construção da antiga Igreja de Nossa Senhora do Rosário, também na região central. Depois foi feita a doação do terreno para a construção da primitiva Igreja de São Benedito, em 1847. Em 1849 teve início a construção da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, que hoje pertence à Paróquia de São José e que atingiu o estado que vemos hoje em 1916.
Já em 1928 ocorreu a demolição da antiga Igreja de São José, com início da obra da nova Matriz no ano seguinte. Apenas em 1951, ou seja, 200 anos depois da criação da paróquia, é que houve a conclusão do prédio da igreja que hoje se tornou um dos cartões-postais de Mogi Mirim.
Importante ainda frisar que, em 1959, teve início o processo de desdobramentos da paróquia. Assim, uma das mais antigas do estado passou a dividir tal condição com outras igrejas da cidade. Em 1959 foi instalada a Paróquia da Santa Cruz, quando foi nomeado como primeiro pároco o Monsenhor Clodoaldo Nazareno de Paiva, falecido neste ano. Depois ocorreram as instalações de outras cinco paróquias, como a de São Benedito (28 de dezembro de 1964) e a do Senhor Bom Jesus do Mirante (3 de março de 1965).
Origens
Porém, ali, na praça central, está uma história mais do que bicentenária. Embora a pequena Igreja de São José não estivesse totalmente concluída, lá em 1751, ela foi solenemente benzida e inaugurada pelo padre Mateus Lourenço de Carvalho, arcediago do cabido de São Paulo e governador do Bispado, em Sede Vacante. Nesse mesmo ‘Dia de Todos os Santos’ foi ereta canonicamente a nova Paróquia de Mogi Mirim e nomeado seu primeiro pároco, o padre Antonio Dâmazo da Silva, da ilustre família dos Andrada e Silva.
A primeira menção à origem da Freguesia de São José foi feita pelo Padre Antonio Xavier de Matos, o segundo vigário (de 2/10/1752 a 28/05/1758), em certo trecho do memorial por ele escrito no início do 1° Livro de Tombo daquela nova paróquia no dia 6 de agosto de 1754.
Embora a pequena igreja de São José não estivesse totalmente concluída, ela foi “solenemente benzida e inaugurada pelo padre Mateus Lourenço de Carvalho, arcediago do cabido de São Paulo e governador do Bispado, em Sede Vacante. Nesse mesmo dia de Todos os Santos é ereta canonicamente a nova Paróquia de Mogi Mirim e nomeado seu primeiro pároco – padre Antonio Dâmazo da Silva, da ilustre família dos Andrada e Silva”.
Este trecho consta da obra “Fragmentos da História Eclesiástica de Mogi Mirim”, de D. Paulo de Tarso Campos, editado pela Casa Cardona, em 1951, em Mogi Mirim.
Párocos
Atualmente a comunidade de São José é liderada pelo padre Carlos Eduardo Correia. Ele substituiu Ademir Bernardelli que, em 2021, esteve à frente das festas pelos 270 anos. Neste século a paróquia ainda teve o comando do padre Nelson Antonio Demiciano (2011-2020), do padre Carlos Alberto Rodrigues Jorge (2003-2011) e do monsenhor Gilberto Edison Schneider (1990-2003).
A paróquia ainda contou com nomes importantes na história de Mogi Mirim, como o monsenhor José Nardin, o monsenhor Moysés da Silva Nora e o cônego Carlos Augusto Gomes Malho, entre tantos outros personagens importantes na construção desta história que, no próximo dia 1º de novembro, completa 271 anos.