sábado, abril 19, 2025
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Parque Nacional do Monte Pascoal, na Bahia

Situado no sul da Bahia, distante 35 km do mar e a 156 ao sul de Porto Seguro, é talvez um dos mais controversos parques nacionais. A história nos conta que o primeiro avistamento de terras pelas caravelas de Cabral foi o pico do Monte Pascoal, que recebeu este nome em razão de ocorrer durante os festejos da Páscoa. Porém, hoje já sabemos que não foi lá o local do descobrimento. Porém, por lá chegaram portugueses e travaram duras batalhas com os povos Tupinambás e Pataxó, que habitavam todo o litoral da Bahia até onde é hoje o Espírito Santo.

Mas vamos falar de parque e não da história. Criado em 1961, como reserva natural de Mata Atlântica, o parque hoje tem trilhas e roteiros internos que te levam até os pés do monte, já que não é permitido subir ao seu cume. É possível, dentro do parque fazer quatro trilhas, cada qual com uma atração diferente, mas sempre recheada de muita natureza. Contemplar a fauna e a flora já vale o passeio.
Como ele se encontra em terras indígenas é administrado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e pela Funai.

Os passeios pelas trilhas só são possíveis com guias locais da etnia Pataxó e, no caminho, eles contam estórias dos antepassados, dos costumes da comunidade, das batalhas entre tribos antes da chegada do homem branco. Enfim, te trazem uma versão diferente dos fatos. Ou seja, você ouve também o outro lado.

Além da trilha do Monte Pascoal, dentro do parque, uma que é imperdível: a do Jequitibá, que segundo estes monitores existe desde o suposto descobrimento. Tem, portanto, mais de 517 anos! Lá ainda é possível avistar a Sussuarana, o Veado Campeiro e a Ariranha. Todos ameaçados de extinção.
Na região do parque não existem hotéis ou pousadas. As opções de hospedagem ficam para Eunápolis, Porto Seguro ou Prado. Cidades que não são distantes e oferecem ótima estrutura.

O valor para conhecer o parque varia de acordo com número de pessoas, já que quem define o preço são os índios guia. A entrada do parque custa R$ 5 e as trilhas, quando estivemos lá, era R$ 50, estávamos em dois. Se for mais pessoas, o valor diminui. Achamos caro. Mas o guia nos disse que é a única fonte de renda da aldeia. O governo em nada ajuda, então… se pensarmos que tomamos a terra deles talvez o valor não seja alto.

Este é um programa para quem já está na região, principalmente em Porto Seguro, vale dar uma esticada, ver uma natureza intocada ainda, ouvir o outro lado da história e admirar o primeiro ponto histórico que toda criança ouviu falar.

O parque funciona todos os dias das 7 às 18 h, mas em dias de chuva o passeio pelas trilhas fica prejudicado e as vezes até fechado.

Erika Rodrigues e Marcos Leandro
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