Nas últimas semanas, houve uma enxurrada de publicações relacionadas à situação de inúmeros prédios públicos em Mogi Mirim. A Prefeitura Municipal, aliás, fez uma espécie de dossiê acerca do assunto, expondo uma lista com espaços que pertencem a todos e que estão um caos.
A responsabilidade, claro, foi dada à gestão anterior. Falou-se em herança. Óbvio que parece difícil imaginar responsabilidade do próprio Paulo Silva, que foi prefeito até 2004, para esta situação. Depois dele vieram Carlos Nelson e Stupp e lá se foram 16 anos até o retorno do agora pedetista.
Ao expor os casos, não apenas evidenciou a situação, como também cutucou rivais eleitorais e, de certa forma, tirou da reta da nova gestão a responsabilidade sobre o assunto. É importante que saibamos a realidade, porém, mais do que isso, é preciso cobrar que não fique apenas nas críticas.
Não dá para frequentar escolas sem condições de uso e carecer de unidades de saúde e encontrá-las marcadas por infiltração e outros danos. É preciso arrumar. Assim como, entre as missões a cumprir, está a regularização e dignificação de localidades como o Terras do Mogi. E o Laranjeiras, claro.
Também temos inúmeras vias, dentro da cidade, que não tem sequer asfalto. Há burocracias a superar? Sim. Mas que se supere. Isto sem contar as estradas vicinais que expõem mogimirianos a riscos de assaltos, danos aos veículos, acidentes e até morte. A lista é grande.
Assim como a de deputados e postulantes à Alesp e ao Congresso que já estão batendo na porta do prefeito e dos vereadores em busca de apoio para 2022. No caso dos atuais deputados federais, aliás, estão com o bolso cheio de emendas, fruto do mensalão ao estilo “cidadão de bem” pago pela presidência para garantir “imunidade”.
De fato, há heranças malditas. Muita gente sabe que há vários imóveis da Prefeitura sem escritura, o que atrapalha na conquista de verbas para melhorias e até uma série de locais com irregularidades, como a ausência de AVCB, fato exposto nos últimos anos por alguns vereadores. Por falar nos nobres edis, a Casa de Leis também está longe do ideal e até as reformas ali feitas não resolvem a sua estrutura.
É muito dinheiro jogado no ralo. O nosso dinheiro. Que os que estão iniciando a caminhada dê jeito e não apenas fale sobre, para que possamos, ao menos, ver a nossa grana dos caros impostos resultando em condições dignas para o atendimento da população mogimiriana.