Respeitáveis leitores, a noite de terça-feira nunca foi tão quente quanto à desta semana. Nem mesmo os ventos congelantes que passeavam pela Dr. José Alves esfriaram os ânimos no plenário da Câmara Municipal.
A ordinária já partia para o final até que surge Samuel Cavalcante, saindo de sua hibernação, pela qual passou durante todo o processo de acusação por rachadinha de salário. Apesar de não ter ido a julgamento, que poderia terminar em cassação de mandato, Samuel, com sangue nos olhos, decidiu que era hora de incendiar a sessão.
“Sabe o que acabou em pizza? (…) A hipocrisia de vocês. A Comissão de Ética nunca quis me ouvir. Não me deram o direito de falar. Vamos parar de hipocrisia e mentiras. Precisei recorrer ao Tribunal de Justiça para pararem com essa injustiça contra mim. Provem que eu fiz rachadinha? (…) Covardes!”, bradou, como se tivesse lavado a alma.
Samuel tem meia razão. Não provaram mesmo a existência de rachadinha. Nem sua inexistência. Graças à incompetência de alguns.
Mas não foi só isso. Samuel estava virado no Jiraya. Vomitou todo o sentimento apreendido por meses contra seus desafetos, atingindo principalmente Maria Helena.
“A senhora roubou a eleição. Foi pega em flagrante coagindo eleitor na porta do colégio e está aqui. Isso, sim, acabou em pizza”, disparou, quebrando o decoro. Maria Helena, elegantemente, reconheceu o erro, pediu desculpas e disse estar com a consciência tranquila, ao contrário de alguém. Preferiu não baixar o nível.
Um pouco antes, os ânimos exaltados eram para a discussão da proibição do uso de tração animal para transporte de cargas na cidade. Tudo que pode ser puxado em carroças por cavalos, seja com fins comerciais ou não. Arre égua.
Por hoje, só sexta que vem.