sábado, novembro 23, 2024
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Prefeito se diz esperançoso, apesar de atos golpistas no Brasil

Não é segredo para ninguém que a democracia brasileira enfrenta seu momento mais tenso desde a redemocratização. O resultado das eleições presidenciais que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi apertado, com o petista agregando 50,10% dos votos válidos, escancarando a divisão que assola o país entre seus apoiadores, os seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aqueles que repudiam qualquer um dos dois candidatos que disputavam o segundo turno.

Esta situação gerou uma série de consequências no país. Desde que Lula foi escolhido para ocupar a cadeira de presidente pela terceira vez, o resultado das urnas foram amplamente questionados, rodovias foram bloqueadas por brasileiros que não aceitam a vitória do petista, apoiadores de Bolsonaro acamparam em frente à sede de órgãos ligados às Forças Armadas protestando contra o resultado das eleições e as solicitações para que as Forças Armadas fizessem uma intervenção no país – o que é crime previsto na Constituição Federal – passou a ser rotina entre os descontentes.

O mais recente capítulo dessa história aconteceu no domingo, 8, quando as sedes do STF (Supremo Tribunal Federal), Congresso e Palácio do Planalto foram invadidas e depredadas por golpistas que ainda não aceitam o resultado das eleições de 2022.

Para completar a cena, no Estado de São Paulo, o governador eleito, Tarcísio de Freitas (Republicanos), faz parte do grupo de apoio a Bolsonaro. Assim, a cena política demonstra uma tensão há muito não vista e coloca em dúvida o que os brasileiros devem esperar dos próximos quatro anos, além de criar uma situação delicada para cidades, como Mogi Mirim, que dependem de recursos Federais e Estaduais para manter grande parte de seus serviços, fazer investimentos e garantir a qualidade de vida da população.

O prefeito Paulo de Oliveira e Silva (PDT) falou com O POPULAR nesta semana sob o ponto de vista do Executivo municipal em relação a toda esta questão política. Ele se posiciona a favor da defesa da democracia e espera que a cidade não saia prejudicada por toda esta situação.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

O Popular: Como o senhor avalia os recentes fatos da política nacional? O que espera deste terceiro mandato do presidente Lula?
Paulo Silva: Repudio o vandalismo criminoso realizado no último domingo em Brasília e a tentativa de Golpe de Estado. Aproveito para cumprimentar as autoridades dos três poderes da República pela reação rápida e controle da situação.

O Popular: No estado de São Paulo, o governador eleito era parte do time de Bolsonaro e, assim, contrário ao atual governo do país. O senhor acredita que poderá haver uma relação pacífica e cordial entre o governo de São Paulo e o governo Lula apesar de representarem ideias tão divergentes?
PS: Tenho certeza que a relação entre os Governos Federal e do Estado de São Paulo será republicana e baseada no interesse público.

O Popular: E Mogi Mirim no meio de tudo isso? Como a cidade poderá ser afetada por tudo isso? O senhor acredita que o novo quadro político do Brasil será positivo ou negativo para a cidade?
PS: Mogi Mirim teve ótima relação com a última administração estadual e temos certeza que manteremos a mesma parceria com o novo governador e seus secretários. Quanto ao Governo Federal procuraremos ampliar os contatos e parcerias.

O Popular: Como representantes do governo municipal, como o senhor e sua equipe devem se posicionar frente ao governo estadual Bolsonarista e o governo federal Lulista?
PS: Nossa relação com as demais instâncias governamentais continuará sendo intensa, republicana, baseada no interesse de nossa população, independente de partidos e ideologia.

O Popular: Muitos brasileiros resistiram a aceitar a vitória de Lula nas urnas e fizeram longos movimentos de protesto frente à situação, pedindo, inclusive, intervenção militar. Este movimento foi visto, inclusive, em Mogi Mirim, quando dezenas de pessoas se manifestaram e mantiveram acampamento em frente ao Tiro de Guerra. O que o senhor espera que aconteça a partir de agora? Como pacificar a política neste momento tão polarizado?
PS: A Democracia deve ser o objetivo de todos nós, com a preservação de nossas instituições e das liberdades individuais. Divergências políticas e ideológicas, manifestações e protestos pacíficos, são próprios da democracia e garantidos pela Constituição Federal. Entendo que todos devem procurar meios pacíficos de expressarem suas opiniões e ideias, respeitando as divergências, repudiando qualquer violência política.

O Popular: Como tradicionalmente acontece, os deputados “forasteiros” tiveram grande quantidade de votos em Mogi Mirim. Como o senhor pretende trabalhar para cobrar uma atuação deles em prol da cidade?
PS: Nos últimos dois anos tivemos grande apoio de Deputados Federais e Estaduais através da conquista de dezenas de convênios com os Governos Estadual e Federal. Continuaremos a manter esta boa relação com nossos representantes na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional.

O Popular: Na avaliação do senhor, o que podemos esperar para os próximos quatro anos de atuação dos novos governos em nível estadual e nacional? Quais são suas principais preocupações e principais pontos de otimismo?
PS: Estou esperançoso quanto às futuras ações dos Governos Estadual e Federal em duas áreas que precisam de atenção especial, que são o SUS e a Habitação Popular. Estes dois setores da administração pública são os que carecem de maior atenção de nossos governantes.

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