quarta-feira, dezembro 4, 2024
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Pavão relembra Expressinho Tricolor de 90

Ex-lateral, Pavão recorda o surgimento no São Paulo com o Expressinho, como ficou conhecida a formação mista tricolor da década de 90, campeã da Copa Conmebol de 1994, sob o comando de Muricy, então auxiliar de Telê Santana.

Boteco – Alguma história marcante do Expressinho?

Pavão – Primeiramente, quando se fala em Expressinho, eu lembro do mestre Telê Santana. Ele que me levantou no futebol, me descobriu. Eu devo tudo a ele, foi uma passagem minha muito linda, muito boa pelo São Paulo.

Boteco – Como ele te descobriu?

Pavão – Eu disputei quatro Taças São Paulo. E o Telê sempre ficava assistindo os jogos, falavam que era para me ver jogando. E eu fui evoluindo a cada Taça São Paulo. E aí ele me falou: “Pavão, você vem semana que vem, que você vai se apresentar com o profissional”. Aí eu tomei um susto, né?

Boteco – Por ele ser meio durão?

Pavão – Ele era meio durão, aí eu assustei. Eu não sabia o que fazia. Eu entrei em contato com a diretoria da base e eles falaram que eu ia me apresentar com o profissional. Aí de lá eu comecei a treinar forte, aí teve um dia que eu estreei contra a Inter de Limeira no Morumbi. Na estreia, eu fiz meu primeiro gol e daí para frente eu fiquei sempre com o Telê Santana no profissional.

Boteco – Você já era são-paulino?

Pavão – Eu sempre fui são-paulino, depois que eu conheci o clube, eu tentei mudar até de time para algumas equipes que eu fui, mas o São Paulo para mim hoje é inesquecível.

Boteco – E você joga no Veteranos do Corinthians…

Pavão – Eu jogo porque eu comecei no infantil do Corinthians, aí o São Paulo me contratou. Aí eu fiz um jogo com o máster do Corinthians, agora eles me chamam sempre.

Boteco – O Doriva comentou no Boteco que o Telê ficava muito atento com os jogadores solteiros para não deixar irem para balada. Você era da turma que aprontava?

Pavão – Eu na época tinha namorada, eu era mais quieto, mas de vez em quando demorava um pouco para chegar no alojamento à noite, dava uma saidinha, uma escapada, mas as regras dele eu sempre segui, nunca tive problema nessa parte com o Telê.

Boteco – Quem eram seus parceiros?

Pavão – Meus parceiros na época eram André Luiz, Bordon, Catê, Juninho Paulista, Sérgio Baresi, Mona, Jamelli, nessa época de Expressinho todos eram amigos de dia-a-dia.

Boteco – E o Rogério Ceni?

Pavão – Sim, Rogério meu parceiro também, ele que inclusive me ajudou a renovar um dos meus contratos, ele resolveu, naquela época já. Então esse time é inesquecível para mim. Aquele 4 a 3 no Pacaembu contra o Corinthians (semifinal da Conmebol) é algo que ninguém esquece, o Expressinho ficou marcado, o Muricy foi o meu treinador também.

Boteco – Qual seu jogo inesquecível?

Pavão – O da estreia, no Morumbi, que fiz meu primeiro gol, tabelei com o Raí na grande área e toquei por cima do goleiro. Foi inesquecível, olhei para a torcida, para a arquibancada, para a minha família, não enxerguei nada.

Boteco – E a final da Conmebol, algo marcante?

Pavão – Contra o Peñarol, na casa deles, onde a gente foi campeão. Lembro a gente descendo a serra para chegar na casa deles, foi inesquecível, a gente chegou lá, a torcida deles apedrejando o ônibus, balançando o ônibus.

Boteco – Pavão volta para recordar histórias com Telê e contar como esteve a um passo de ir à seleção de Parreira.

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