sábado, novembro 23, 2024
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Pelo fim da violência contra a mulher

As datas comemorativas são sempre cheias de história. No dia 25 de novembro foi lembrado o Dia Internacional de Luta contra a Violência à Mulher, instituído em 1999, pala Organização das Nações Unidas (ONU). A data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana.

Não é possível usar o termo “comemorar” quando um assunto destes é colocado em pauta. Pode lembrar, por exemplo. Afinal, é uma data que nem deveria existir. Porque a violência contra a mulher não deveria existir. O feminicídio não deveria existir. Mas ele está aí. Segue a horda machista e patriarcal com que o mundo foi criado, permitindo que, mesmo em 2021, ainda vivamos sob as sequelas desta idiota visão de superioridade do homem sobre a mulher.

Bizarra visão! Criminosa visão, sobretudo, quando se chega a este ponto. Não basta a desigualdade, preconceito e todos os tipos de abusos que as mulheres ainda sofrem – sendo muitas vezes avaliadas como causadoras do abuso – ainda há a sombra da morte.

Uma pesquisa realizada pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio do Fundo Canadá e publicada pelo G1, mostrou que 90% dos brasileiros considera que o local de maior risco de assassinato para as mulheres é dentro de casa, por um parceiro ou ex-parceiro. A pesquisa ainda indicou que 30% das mulheres brasileiras dizem já terem sido ameaçadas de morte por companheiros ou ex: Ou seja, o equivalente a 25,7 milhões de brasileiras. Entre elas, uma em cada seis já sofreu tentativa de feminicídio.

Isto é alarmante, isto é para mudar toda a estrutura do país. É para causar revolta, nojo e tudo mais. Sem contar que o Brasil é o quinto país do planeta com mais mortes violentas de mulheres. Mas, se os números são tão altos, há outra evidência aí. Somos um país com muitos agressores. Muitos deles estão nas castas altas e, por óbvio, travam qualquer tipo de ação concreta.

Travam, mas não evitam. Domingo agora, por exemplo, acontece a Caminhada Pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas. Com a hashtag #eumetoacolhersim, o movimento é organizado pelo núcleo mogimiriano do Grupo Mulheres do Brasil. A concentração será às 9h, no Campo do Lavapés.

Vez e hora de mostrar que não estamos indiferentes a este absurdo. Além do que, não é só estatística. Raros aqueles que estão lendo este editorial e que não conheceram uma mulher vítima de feminicídio. Conhecida próxima, nós falamos. Fora as agressões, abusos e tudo mais que repetiremos o quanto for necessário. Este é um espaço de fala que precisa de eco, de exaustão. E uma luta que precisa de todos, não só das agredidas, das ameaçadas. Não só de mulheres. Esta é uma luta de todas e todos!

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