sábado, novembro 23, 2024
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Perícia em contas da gestão de Rivaldo no Mogi é contestada por assistente técnico

O perito Thiago Martins Musto, nomeado no processo como assistente técnico pericial representante dos autores da ação que pede a anulação da transferência dos Centros de Treinamento (CTs) do Mogi Mirim para Rivaldo Ferreira, considerou inconclusivo e não esclarecedor o laudo do perito Rodrigo Damásio de Oliveira. Perito oficial do processo, nomeado pela Justiça, Oliveira considerou sem indícios de irregularidades as contas do Mogi na gestão Rivaldo. A ação impetrada pelos antigos associados Henrique Stort, Alceu Santos e Ivan Bonatti havia solicitado perícia para verificar a existência da dívida que foi cobrada por Rivaldo e se sua criação decorreu de má-fé e dolosa gestão, com a comparação dos extratos de Rivaldo, sua esposa Eliza Ferreira e Mogi.

A conclusão do perito não convenceu Musto, que prepara um parecer contestando o laudo, em que deve solicitar toda a documentação do processo para apurar irregularidades. Com os documentos, pode até produzir um laudo conflitante.

Musto entende que o parecer foi genérico e se esquivou em perguntas. Na contestação, cobrará respostas objetivas, aprofundadas e com informações técnicas detalhadas. Questionado se vê indícios de irregularidade nas contas, colocou não ser possível concluir, mas entende ter faltado respostas embasadas em documentos para esclarecer e afastar suspeitas. O assistente observa que o perito diz que para todos os empréstimos havia contratos, o que não foi questionado: “Com relação à contabilidade do clube, não vejo problema, o problema é de qual forma foram tratados os aportes do Rivaldo no Mogi”.

Musto, assistente técnico pericial, cobra respostas aprofundadas e embasadas em documentos. (Foto: Diego Ortiz)

Um ponto questionado foi a transferência dos CTs como forma de abatimento de dívidas, uma vez que havia um termo de compromisso em que o ex-atleta assumiria as despesas e não dilapidaria o patrimônio. No termo, assinado pelo então procurador de Rivaldo, Wilson Bonetti, há ainda o comprometimento de que o ex-dirigente pagaria o passivo do clube na gestão Barros, quando, na prática, a verba que seria uma receita para honrar a dívida de cerca de R$ 1,8 milhão foi colocada como empréstimo, observa Musto: “Se ele assumiu o passivo, de que forma foi contabilizado o aporte? Ele honrou um passivo fazendo outro em favor próprio. Esse aporte que ele fez, então, não foi receita, só trocou o passivo”.

Outro ponto foi a declaração de Wilson Bonetti de que Rivaldo recebeu em sua conta cerca de R$ 3,4 milhões referentes a um contrato entre o Mogi e a Zeromax GMBH, do Uzbequistão. Oliveira garantiu não ter entrado na conta de Rivaldo ou esposa valores da Zeromax e disse que R$ 1.035.954,85 relativo ao contrato foi enviado diretamente da empresa ao Mogi. “São necessárias todas as contas do Rivaldo para ver se não teve nenhum depósito da Zeromax para ele e, se houve e ele repassou, de que forma foi tratado”, explica.

Caso um eventual valor de receita tenha se transformado em empréstimo, Musto observa que parte da dívida teria origem irregular. A forma como o perito descartou ter havido repasses da Zeromax a Rivaldo não convenceu Musto pela falta de detalhamento relativo a contas e extratos.

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