sábado, novembro 23, 2024
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Plano de monitoramento de capivaras é iniciado no Complexo do Lavapés

Considerando que a captura e remoção da população de capivaras depende de autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por serem animais silvestres, a Prefeitura iniciou um plano de manejo dos animais que coabitam o Complexo Esportivo José Geraldo Franco Ortiz, o Lavapés. Inicialmente, o plano inclui o diagnóstico da estimativa populacional das capivaras e pesquisa acarológica.

A Secretaria de Sustentabilidade Ambiental está seguindo orientações do Departamento de Fauna da Secretaria de Meio Ambiente do Estado. A primeira etapa é realizar o diagnóstico de estimativa populacional de capivaras presentes no Complexo Lavapés, com o objetivo de auxiliar no monitoramento dos grupos. Através desse levantamento, será possível entender a distribuição dos grupos de capivaras e traçar estratégias de manejo dos animais e adequação do habitat, se necessário. Esta metodologia será aplicada de forma periódica, de modo a manter informações atualizadas quanto a um eventual desequilíbrio populacional da espécie.

A Prefeitura já solicitou à Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) a realização de pesquisa acarológica na área para verificar se há presença de carrapatos transmissores da bactéria causadora da Febre Maculosa Brasileira (carrapato-estrela). O órgão deverá realizar a classificação da área quanto ao risco de transmissão da doença. A Secretaria do Meio Ambiente do Estado possui um convênio com a SUCEN para a definição de critérios para o manejo populacional de capivaras.

Inicialmente, não há nenhum indício de que a população de capivaras que se instalou no Complexo Lavapés apresente a doença e risco à saúde pública. Embora exista um estigma de que as capivaras transmitem a doença, não necessariamente são portadoras do carrapato com sorologia positiva.

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Capivaras atravessam rua do Lavapés durante a madrugada. (Foto: André Azevedo)

Cabe ressaltar que o município deverá cumprir todo o protocolo indicado pelo órgão estadual antes de iniciar um eventual controle populacional das capivaras. A remoção dos animais, sem o devido plano de manejo, não é aconselhada, já que isso aumento o risco de transmissão de uma eventual infecção.

Caso sejam detectadas áreas com infestação de carrapatos, o procedimento recomendado pela SUCEN será a instalação de placas informativas, para que as pessoas evitem circular por tais áreas. Se eventualmente for confirmada a presença do carrapato-estrela na pesquisa acarológica, o município deverá solicitar autorização para coleta de material biológico, visando confirmar a circulação da bactéria Rickettsia rickettsii, que é considerada o agente etiológico da Febre Maculosa Brasileira.

Somente diante dessa condição e da apresentação de justificativa técnica embasada em diagnóstico ambiental da área, é que o município poderá propor ações de manejo da população de capivaras, devendo solicitar autorização, por meio do Sistema Integrado de Gestão da Fauna Silvestre.

Por fim, nova autorização deverá ser alcançada para fazer o manejo direto dos animais, seja por esterilização de machos e fêmeas, remoção por eutanásia (caso a área esteja totalmente cercada) ou apenas a realização de monitoramento das capivaras somado a medidas de manejo e educação ambiental.

Monitoramento

Uma das capivaras avistadas no Complexo Lavapés chamou a atenção da equipe de técnicos do Zoológico Municipal por apresentar uma aderência na região abdominal.

Há vários dias, a equipe, acompanhada do Corpo de Bombeiros, vinha monitorando o animal munida de uma arma anestésica a curta distância, com a intenção de analisar o ferimento.

“A ação foi dificultada pela agilidade característica das capivaras e pela proximidade do lago, de modo que, ao disparar a arma anestésica, tivemos que afastar o risco de afogamento do animal”, explicou o veterinário que atua no Zoológico, Dr. Acácio Santos. Por meio de um dardo anestésico, a ação foi realizada na última quarta-feira.

O exame visual se deu no local e foi constatado que a capivara apresenta um ferimento abdominal em processo cicatricial, aparentemente sem necessidade de intervenção veterinária. A equipe técnica seguirá monitorando o animal.

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