Foi enterrado às 9h30 do último domingo, 12, no cemitério municipal de Mogi Mirim, o corpo do soldado Guilherme Ricardo Jurgensen, de 32 anos. Mogimiriano, o soldado foi morto em Minas Gerais, onde trabalhava. Jurgensen morreu por engano, durante troca de tiros com um tenente e um aspirante da Polícia Militar, durante operação em que todos estavam à paisana, em Itapeva. O enterro do soldado Jurgensen foi marcado por honras militares.
O cemitério municipal ficou lotado de militares e familiares de Jurgensen, que prestaram as últimas homenagens ao policial, na manhã de domingo. A emoção tomou conta dos presentes, em virtude da trágica morte do soldado.
O tiroteio que vitimou Jurgensen ocorreu por volta das 23h da sexta-feira, 10, depois que quatro homens assaltaram um posto de combustível na cidade mineira de Itapeva. Um oficial estava em uma viatura descaracterizada, e Jurgensen e outro soldado, ambos de folga, foram auxiliar no atendimento à ocorrência de roubo em um carro particular, o que despertou suspeitas mútuas. Na abordagem, houve a troca de tiros.
A ação
De acordo com o boletim de ocorrência da PM, Jurgensen e o outro soldado que trabalhavam em Itapeva estavam de folga, mas por iniciativa pessoal, prenderam um traficante na cidade, na sexta-feira à noite. No momento em que entregaram o criminoso para dois colegas que estavam de serviço, ficaram sabendo do assalto ao Posto Falcão, no quilômetro 919 da BR-381, nos arredores da cidade. Os dois militares de folga decidiram então, ir para o posto para investigar o crime.
No posto, os soldados conversavam com os frentistas quando perceberam a aproximação de um Gol branco, com vidros escuros. Eles entraram no carro de Jurgensen, achando que os assaltantes estavam no veículo, e foram investigar. Quando passavam pelo Gol, o companheiro de Guilherme sacou sua arma. No carro – uma viatura descaracterizada da PM – estavam um tenente e um aspirante, que desconfiaram do comportamento de Jurgensen e de seu parceiro, e também estavam armados.
Ao ver a pistola na mão do amigo de Jurgensen, o oficial e seu acompanhante atiraram contra o carro do soldado. Jurgensen foi baleado na cabeça. Os outros três militares envolvidos no tiroteio não se feriram. O soldado mogimiriano chegou a ser levado para o Hospital São Lucas, na cidade vizinha de Extrema (MG), mas morreu antes de ser socorrido.
Fatalidade
A confusão só foi desfeita quando o tenente comunicou a troca de tiros e foi informado que os homens que estavam no outro carro eram militares lotados em Itapeva e também investigavam o assalto ao posto de combustíveis. O oficial e o aspirante foram detidos e levados para a sede do 59º Batalhão da PM, em Extrema, ao qual todos os militares envolvidos pertencem.
De acordo com o tenente Rildo Bezerra, que na ocasião respondia pelo batalhão, o oficial e o aspirante foram autuados em flagrante por homicídio e aguardavam a Justiça Militar decidir se acatava ou não o pedido de soltura provisória. O soldado que acompanhava Jurgensen passou por avaliação psicológica e já foi integrado ao serviço.
Guilherme Ricardo Jurgensen estava na Polícia Militar desde 2008. Casado há 10 anos com uma advogada do Tribunal de Justiça, ele deixou dois filhos com idades de 7 e 3 anos. Ele e os outros três militares envolvidos na ocorrência têm ficha considerada “exemplar” na corporação. (com informações do jornal Estado de Minas)