Respeitáveis leitores, tivemos sessão ordinária, sim. Sem público, é verdade, mas não sem emoção. Clima foi quente. Na pauta da Ordem do Dia apenas dois projetos para votação. E foi um deles que acabou provocando uma grande discussão entre os pares.
“Nada mais inadequado do que esse projeto de lei entrar na pauta para votação em um momento como esse”, disparou a vereadora Mara Helena, do MDB. Ela referia-se ao PL 11/2020, do Executivo, que disciplina a instalação de infraestrutura de suporte de equipamentos de telecomunicações, conforme a Anatel. Trocando em miúdos, define o futuro da telefonia móvel na cidade.
O que pega, na verdade, para a emedebista é o fato de se tratar de um assunto amplo, complexo e muito importante, sem, antes, ter havido uma discussão com a comunidade, através de audiência pública, por exemplo. Mas, em época de Covid-19, como reunir a sociedade para debater o tema? Não pode!
“Está claro que se trata de uma lei feita pela empresa mexicana Claro, que vai beneficiar o Morro Vermelho [onde vive o prefeito Carlos Nelson Bueno]. Não podemos votar esse cheque em branco”, bradou. “Quatro comissões permanentes da Casa analisaram o projeto e disseram amém à Claro. Ah, vamos embora pra casa”, exclamou.
A vereadora pede o adiamento da votação por 180… 90 dias.
A sessão é suspensa. Mesmo assim, a discussão continua:
– Onde tem Morro Vermelho no projeto, questiona Gerson Rossi Júnior (Cidadania).
– Está embutido no projeto, retruca Maria Helena.
Sessão é reaberta e aprovado o adiamento da votação do PL 11/2020 por… 60 dias. Essa queda de braço Maria Helena venceu. Pelo menos, por ora. Por outro lado, o outro projeto aprovado, o das romarias e cavalgadas, esse, sim, teve a devida discussão prévia por meio de audiência pública.
Por hoje, só sexta que vem.