Em tempos difíceis no país, gastar milhões em desfiles, trios e festas é no mínimo um absurdo, pois de uma hora para outra o povo esquece de toda a corrupção, epidemia e a crise que o Brasil atravessa. O fenômeno do Carnaval faz com que a maioria dos brasileiros esqueça dos problemas, da política corrupta, da Saúde e de todos os nossos percalços econômicos e sociais. Em um instante em que o país explode em uma comoção de alegria sem motivo e sem pudor, o mercado financeiro, não esquece sua agenda e seus compromissos. Pelo contrário. É cruel e tem boa memória.
Não estou aqui para criticar o Carnaval brasileiro e suas consequências, mas sim para alertar os leitores que enquanto nos divertimos, os corruptos conseguem respirar e ganhar tempo para realizar novos projetos que enganam o povo. Podemos sim ter nosso momento de alegria, mas não podemos dar sequer um minuto de sossego aos ladrões que assaltam nossa democracia.
Isso responde por que nossos políticos adoram o Carnaval, simplesmente pelo fato de que os brasileiros se esquecem por alguns dias do obscuro cenário politico/econômico, pois se você der um pedaço de pão (auxílios sociais) e montar um circo (Carnaval), os brasileiros irão esquecer a corrupção, epidemias e mesmo que não tenham nada para comer amanhã, depois de tanto progresso, ainda prevalece a política do pão e circo.
Mas, diante de tudo isso, o mercado financeiro e a economia brasileira e mundial não param. Temos a previdência para ser votada ou a tentativa de sua votação, temos o julgamento de políticos, as eleições e seus possíveis candidatos. Isso faz com que tenhamos muita oscilação no mercado.
Mesmo diante de feriados e festas populares, não podemos esquecer de nossos compromissos como cidadãos de bem e engajados com a melhora de nossa economia e democracia, pois se já está difícil com todas as lentes e olhos apontados para os três grandes poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), imagine se deixarmos de lado para farrear e esquecermos de tudo. Como fica?
Felipe Vidolin é Pós-Graduado em Engenharia de Telecomunicações e investidor