Caros leitores, estamos vivendo uma guerra de narrativas sobre o imunizante que trará a sensação de proteção total contra a Covid. Primeiro, vem o governador cara de nerd João Doria com discurso que vai salvar o Brasil com a tal Coronavac. Depois, vem o presidente tresloucado afirmando que não vai ter Coronavac. Que o governo federal não vai comprar a vacina do Doria.
São discursos ideológicos – dos dois lados – que não levam a nada. Apenas desinformam e causam confusão. São narrativas bobas, superficiais, como de dois colegiais medindo força pra ver quem pode mais.
Nesta semana, Doria afirmou que vai ter Coronavac, sim. Dia 25 de janeiro o Estado começa a vacinar os paulistas, mas apenas os dos grupos prioritários. A Anvisa, agência ligada ao governo federal, diz que dá o aval para a liberação do imunizante só depois de 60 dias após apresentação do registro da vacina. Isto é, nada de vacina antes de fevereiro. Foi o que disse o diretor-presidente da agência, Antônio Barra Torres, aliado de Jair Bolsonaro.
Por sua vez, Dorinha diz que o que demora 60 dias para aprovação é o registro regular, já o emergencial, demora só 72 horas. Se o prazo acabar e não houver manifestação da Anvisa, a autorização excepcional fica concedida. O prazo está previsto na Lei Covid (13.979), aprovada em fevereiro e complementada em maio (14.006).
Vale ressaltar, para não restar dúvidas, que o registro emergencial vale para aquelas vacinas com registro em agências internacionais.
“Para efetuarmos o registro de vacina contra o coronavírus, demandamos no mínimo 60 dias para analisarmos os documentos”, disse Torres, em entrevista à Jovem Pan.
“Vamos pedir o registro emergencial (…) para liberar [a vacina] de uma forma muito mais célere”, retrucou o tucano nerd.
O fato é que politizaram a discussão sobre vacinas. Não há unidade, muito menos liderança. E nesse jogo sujo político de desunião todos saímos perdendo.
Por hoje, só sexta que vem.