Irresponsável, antipatriota, desrespeitoso e até o ‘pior de todos’. Estes foram alguns termos e colocações disparadas contra o prefeito Gustavo Stupp (PDT) por parte dos vereadores na noite da última quinta-feira, em sessão extraordinária realizada no plenário da Câmara Municipal. A revolta foi um claro ataque a Stupp pelo cancelamento dos desfiles cívicos em alusão ao Dia da Independência do Brasil, celebrada na próxima segunda-feira, e que em Mogi Mirim aconteceria no distrito de Martim Francisco e na Avenida Adib Chaib, no Centro.
O cancelamento foi anunciado pela Prefeitura há uma semana e pegou de surpresa todos os envolvidos com o desfile. O descontentamento de boa parte da população, iniciado em postagens nas redes sociais e bate-papos entre munícipes chegou até a Câmara um dia após o anúncio.
Se a sessão extraordinária serviu para a votação de um projeto que autorizou a construção de uma creche no Horto do Vergel, o encontro foi um prato cheio para os vereadores. Primeira a discursar após a votação do projeto, Dayane Amaro (PDT) deu início ao “bombardeio”. “Eu sabia que era uma Administração irresponsável, mas cancelar o desfile cívico? No mínimo, o que falta ao prefeito é um pouco de aula de história. Não sabe respeitar a pátria, não merece o cargo que ocupa”, criticou.
Inconformada, ela sugeriu que o povo saia às ruas na segunda-feira. “Quero convocar a população, vamos às ruas fazer este desfile. A nossa cidade já está um tremendo caos e não teremos desfile”, indagou.
A proposta de Dayane foi acompanhada pela fala da vereadora Luzia Cristina Côrtes Nogueira (PSB). Para ela a ideia é válida, mas que o Poder Público teria participação no evento, por meio da cessão de homens e viaturas da Guarda Civil Municipal em um possível trajeto a ser seguido pelo público em caso de um desfile improvisado. Por outro lado, não deixou de reclamar da decisão. “Houve um desrespeito”, resumiu.
‘O pior de todos’
Pré-candidato a prefeito pelo PSD, Cinoê Duzo não poupou críticas e atacou o prefeito de forma acintosa. “Além da crise econômica (no município) ele (Stupp) instaurou uma crise moral. Não tem moral nem para subir no palanque”, criticou.
Professor da Escola Estadual Aristides Gurjão, localizada justamente no distrito de Martim Francisco, onde aconteceria a primeira das duas celebrações da pátria, no último domingo, Cinoê ressaltou que as crianças estão desoladas e deu sequência às reclamações.
“O pior de todos os tempos da cidade. A imagem que tem é ele correndo. O prefeito tem medo do povo”, completou, em referência a 2013, quando após o desfile, Stupp foi perseguido por manifestantes e correu em direção a seu carro.
Também opositora à atual Administração, Maria Helena Scudeler de Barros fez coro aos colegas de trabalho e ressaltou sua previsão sobre o mandato de Stupp. “Tinha certeza que não seria brilhante, mas nunca imaginei que seria tão irresponsável”, lamentou.