sábado, novembro 23, 2024
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Por mais união e menos vaidade

Cabe a qualquer Câmara Municipal poder responsável por caminhar lado a lado ao Executivo, cuidar e zelar pelo bem-estar da população. É ela quem cria e vota projetos, apresenta indicações e requerimentos que visam o benefício da cidade, e determina o caminho de propostas e leis. A atual composição do Legislativo municipal é tida para muitos na cidade como falha e longe de sua verdadeira função, embora existam vereadores que fujam a este pensamento.

As queixas vêm desde 2013, primeiro ano de Gustavo Stupp (PDT) à frente da Administração Municipal. O embate está ligado ao fato de que a maioria dos vereadores no plenário, da base aliada do prefeito, seguiram o caminho estabelecido por ele, e ao longo das votações, davam aval a torto e direito para qualquer projeto de lei.

Vide a aprovação do projeto que permite a concessão à iniciativa privada do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae), que aprovado em 2014, nunca deixou de ser motivo de discussão na Câmara. Sem falar em tantos outros que renderam embates entre os edis. Porém, o espírito coletivo, que deveria sobressair no trabalho exercido no Legislativo, em certas ocasiões, parece caminhar no sentido contrário à função do vereador. Prova disso vem sendo visto nas últimas semanas.

Uma solicitação feita pelo vereador Luis Roberto Tavares, o Robertinho (PEN), pleiteando verbas para a infraestrutura do Parque das Laranjeiras, bairro da zona Leste, há anos no centro de uma discussão por sua regularização e necessidade de melhorias, atendida em parte pelo deputado federal Silvio Torres, por meio do governador Geraldo Alckmin, causou uma verdadeira briga de egos na segunda-feira.

Laércio Rocha Pires, com trânsito no bairro, logo tratou de usar a palavra na tribuna para desmentir a notícia, dizer que não existe verba alguma e que a população precisa fica atenta à falsas promessas. Benedito José do Couto, o Dito da Farmácia (PV), mais um que tem na zona Leste seu ninho eleitoral, também comentou o caso, colocou panos quentes, e disse lutar pelo bairro assim como Robertinho, mesmo que enxergue o Laranjeiras sua menina dos olhos.

O fato é que disputar quem é o “pai da criança” não parece ser o melhor caminho a ser seguido. É evidente que Robertinho tem no Laranjeiras mais do que um trabalho político. A melhoria do local para ele é uma missão de vida, tamanho o histórico e a identificação adquirida ao longo dos anos.

Um vereador, ao invés de unir forças e trabalhar em prol dos moradores, usar a tribuna para desprezar o outro e querer os louros para si está longe do significado de seu cargo no Legislativo. É hora de esquecer a vaidade, reconhecer a virtude do próximo, transparecer humildade e trabalhar em conjunto. Desdenhar e ironizar não são atitudes de alguém escolhido pelo povo. Menos ego iria bem.

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