No uso de sua função primordial, a Câmara Municipal atua e legisla em relação a assuntos de interesse local, e tudo o que for pertinente perante a população, disciplinando legalmente a prestação de serviços públicos, além de aprovação de projetos e leis que dizem respeito à organização municipal. É dever de todo vereador lutar pelas causas em prol do próximo, por meio de assuntos e ações de interesse coletivo.
Tendo como função servir para o debate de projetos, discussões de problemas e busca pela melhoria em setores chaves da cidade, as sessões ordinárias, que acontecem semanalmente, são momentos em que, na teoria, tudo isso deveria ser colocado em prática, sempre de forma responsável e eficiente. Mas em Mogi Mirim, ultimamente, as sessões da Câmara Municipal estão fugindo à regra e se tornando algo monótono e cansativo.
A começar pelo horário pré-estabelecimento para o início dos encontros. Na cidade, sempre às segundas-feiras, a partir das 18h30, os 17 vereadores, acompanhado de seus assessores, tem encontro marcado no plenário do Legislativo. Porém, volta e meia uma enxurrada de fatores vem jogando o horário para escanteio. Se não para fora do estádio. São homenagens, cerimônias simbólicas, participações de secretários municipais, figuras do poder público, e de munícipes, na maioria das vezes, demoradas.
Não se pode questionar a eficácia destas participações, que muitas vezes colaboram para a correção de problemas e servem como ferramenta na aproximação entre poder público e população. Mas nos últimos meses, a abertura dada pela Câmara atrapalha o andamento das sessões. São horas de espera para o início dos trabalhos, cansando não apenas quem atua e acompanha os encontros, mas também os próprios vereadores.
Exemplo disso foi visto na segunda-feira, quando a sessão foi aberta após às 21h, mais de 2h30 depois do horário determinado. Cena comum é notar os próprios edis e funcionários da Câmara incomodados com a situação, talvez percebendo que ali, não é o momento apropriado para isso. A pergunta é por que essa série de eventos não são agendados para outro dia e horário, que beneficiariam a todos e valorizariam ainda mais a causa em questão.
É positivo que uma sessão termine tarde, e até seja cansativa, como vem sendo registrado. Mas desde que esse cansaço seja resultado de produtividade, e não de burocracia e tempo perdido.
Já que o expectador da sessão muitas vezes permanece no local durante horas, que ele possa acompanhar debates positivos e benéficos, que reflitam em melhorias para o município, e não apenas um bombardeio de críticas aqui e acolá, contra esta ou aquela Administração, este ou aquela figura. As sessões estão sendo marcadas pela morosidade ao invés da eficiência, passando longe de seu real significado. É preciso mudar.