Caros leitores, já usei esta coluna para defender a vida humana, não importa se negra, branca, vermelha ou amarela. Vidas humanas importam. E pronto.
Seria simples assim, não houvesse o tal do racismo. Inconcebível. Me parece que quanto mais o mundo evolui, tecnológica e cientificamente falando, nós, humanos, mesmo com acesso a mais informações e conhecimentos, regredimos, principalmente brancos. Porque ainda há gente – e cada vez mais gente – que insiste em não reconhecer na pessoa de pele escura um irmão. Somos todos iguais. Pena que nem todos pensam assim.
A morte violenta, por espancamento, de Beto Freitas, por seguranças de uma loja do Carrefour, no Rio Grande da Sul, não pode ser banalizada. Não pode ficar impune. Não pode ficar só no campo dos discursos de protestos contra o racismo. É preciso agir. Combater.
É isso que o vereador reeleito Alexandre Cintra, um dos representantes da cultura negra na Câmara Municipal, desafia os colegas. Porque não é só uma luta de pretos, mas sim de todos. Não é o que parece. Dos 16 edis que ouviram o desabafo pertinente de Cintra, apenas um se manifestou publicamente em Tribuna – o colega Magalhães, um homem com grande senso de justiça. E o resto? “O que vamos fazer de concreto enquanto parlamentares”, cobrou Alexandre Cintra, sem, porém, ter uma resposta sequer. Vidas negras…
E o assunto nem foi o mais discutido na ordinária desta semana. O que levou mesmo quase 100% dos vereadores à Tribuna foi um projeto do Sincomercio, apresentado pelo prefeito Carlos Nelson Bueno, para instalação de Parklets em vagas de estacionamento em frente a comércio da cidade. Funciona como mini praças públicas em frente de lojas para lazer e convivência das pessoas. Objetivo é embelezar a cidade e atrair consumidores para fazer compras. Custo disso para o comerciante – de R$ 10 a 15 mil. Quem adere? Me parece mais um projeto feito só para ficar de bem com o setor do que qualquer outra coisa.
Por hoje, só sexta que vem.