Pedro Vicente Iacovino*
As parcerias público-privadas (PPP) de iluminação pública (IP) são o caminho para a modernização do parque de iluminação pública e, mais ainda, para a implantação de plataformas que integrem soluções sustentáveis e tecnológicas, trazendo maior segurança, conforto e bem-estar à população, sendo o caminho para as cidades inteligentes.
Junto a esse cenário, a resolução normativa REN 888, da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), promulgada há um ano, definiu os critérios para o reconhecimento de sistemas de medição de consumo de energia nos sistemas de iluminação pública.
As cidades inteligentes usam a tecnologia para melhorar a infraestrutura, otimizar a mobilidade urbana e criar soluções sustentáveis para a qualidade de vida dos moradores. O funcionamento integrado e eficiente das cidades, por meio de sensores instalados na infraestrutura da iluminação pública, pode gerar economia e outros benefícios em todos os setores da administração pública, estimulando, cada vez mais, a modernização e a adoção de novas tecnologias.
Na iluminação pública, apenas a modernização com luminárias LED, por exemplo, pode gerar economia de energia na ordem de 70%. Em linha com essa tendência, os mais recentes projetos de PPP de iluminação pública começam a incorporar em sua modelagem a implantação de cidades inteligentes.
Além da troca de lâmpadas convencionais por LED, alguns editais já estipulam a necessidade de telegestão e a implantação de sensores que recebem e interpretam as informações enviadas por eles, criando cenários específicos para programar a redução da iluminação ou apagar um circuito, com segurança e criptografia, para determinados eventos.
A solução também aumenta a vida útil dos componentes efetuando uma dimerização, ou seja, a redução do fluxo luminoso sem comprometer a segurança, em caso de não haver movimentação ou com horários programados.
Um dos municípios do Brasil que já modernizou o parque de iluminação pública foi Belo Horizonte (MG), trabalho realizado em três anos. Foram incorporadas 185 mil luminárias de LED e recursos tecnológicos de cidades inteligentes na rede.
O monitoramento climático em tempo real em áreas críticas permite o acompanhamento do impacto de intempéries em infraestruturas estratégicas, tais como rodovias, entornos de hospitais e escolas, por meio do Centro de Operações da rede de IP.
Dentro deste cenário e de outros que virão, concluímos que os sistemas de telegestão e telemedição podem proporcionar economia ainda maior na energia consumida pelos parques de iluminação pública e contribuir para o desenvolvimento desse mercado.
*Pedro Vicente Iacovino é diretor presidente da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Iluminação Pública (ABCIP)