domingo, abril 20, 2025
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ENTREVISTA: Prefeito destaca a recuperação econômica da cidade

O prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) recebeu O POPULAR em seu gabinete, no início do mês, para a entrevista que segue abaixo. Sem papas na língua, respondeu a todas as perguntas sobre temas variados.
Revelou, inclusive, que deve ser, sim, candidato à reeleição. E não fugiu de polêmicas. Quanto às obras de urbanização esperadas há décadas pelos moradores do Parque das Laranjeiras não garantiu a conclusão delas – a 1ª fase – em 2020.
Corajoso e seguro, CNB discorreu sobre educação, saúde, esportes, cultura e investimentos externos. Confira abaixo a íntegra da entrevista:

O POPULAR – O que o senhor destacaria como sendo um símbolo de identidade da cidade de Mogi Mirim?
Prefeito Carlos Nelson BuenoEu vejo que o que há de mais marcante hoje é a igreja matriz [de São José]. É um monumento religioso – e a cidade é extremamente religiosa – muito bem construído, tem um perfil que remete à catedral de Notre Dame, de Paris [França]. Enfim, algo que é marcante. Talvez ela não tenha a mesma significação histórica, que teve, por exemplo, a antiga estação ferroviária, o prédio da Delegacia de Polícia, na Jorge Tibiriçá, mas ela é um monumento atual. A silhueta da cidade sem a matriz não é a mesma.

O POPULAR – Nessa data tão importante de comemorações dos 250 anos da cidade, que presente Mogi Mirim merece ganhar?
CNBEu entendo que duas coisas são fundamentais pra cidade – a questão de saúde pública e a questão de educação, principalmente a educação superior. Eu estou frustrado porque estou aguardando a manifestação da Fundação Paula Souza para a reforma e ampliação do sistema Etec/Fatec. São duas instituições muito importantes para a cidade e eu creio que nesse aniversário de 250 anos seria maravilhoso se o Governo do Estado liberasse os recursos que já foram solicitados para a Etec/Fatec.

O POPULAR – Seria sonhar muito alto Mogi Mirim poder ter uma universidade?
CNB Eu acho que é sonhar alto sim. Nós estamos vendo o Governo Federal não suportando sustentar as poucas universidades que possui. O país precisa se desenvolver com a maior rapidez para que haja uma condição de se investir pesadamente em educação e em saúde, que é tudo que o país precisa.

O POPULAR – E na questão da saúde?
CNBE na questão da saúde pública, evidentemente, eu acho que esse presente já está ocorrendo. A Prefeitura está conseguindo fazer no hospital [Santa Casa] que lhe foi cedido como interventor um trabalho que, eu próprio confesso, não tinha certeza de ser possível. Estamos conseguindo números, índices e qualidades que raramente se vê em hospital público.

O POPULAR – A Prefeitura pretende continuar com essa intervenção?
CNBA decisão não é minha, não foi e nem foi desejada. É uma decisão pura e simplesmente do Poder Judiciário.

Assinado os contratos, imediatamente
as obras [das UBS’s] serão licitadas

O POPULAR – Seguindo no tema saúde. Ano que vem a Prefeitura vai construir três novas UBS’s [Unidades Básicas de Saúde]…
CNBO compromisso da Caixa [Econômica Federal] é de assinar os contratos até o dia 30 deste mês. Assinado os contratos, imediatamente as obras serão licitadas.

O POPULAR – Essas três novas unidades serão suficientes para a melhoria da saúde oferecida à população?
CNBO prédio em si ajuda, mas não é definidor de qualidade. Quem define a qualidade dos serviços de saúde é o atendente, é o médico, é a enfermeira, é a relação humana do servidor com o paciente. Aí que reside a qualidade do serviço.

O que me deu mais desgaste físico
e emocional foi a reabilitação da cidade

O POPULAR – Voltando para o seu governo, em si. O que o senhor destacaria nesses quase três anos de mandato até aqui?
CNBEu diria que o fundamental, o trabalho que mais me desgastou, que foi mais sofrido, conflituoso, foi a recuperação econômica e judicial; corrigir as falhas, os erros, as omissões, os delitos, as falhas formais e as falhas legais, atuar no sentido da redução de custos e de incremento da receita foi uma guerra. Foram dois anos de guerra que essa população não percebe. Foi interno, intramuros. Então, o que me deu mais desgaste pessoal, físico e emocional foi a reabilitação da cidade, através da gestão pública.

O POPULAR – Mas isso lhe traz uma satisfação pessoal também, não?
CNBClaro. Graças a isso eu estou conseguindo acompanhar agora as mudanças físicas da cidade, mas que só começaram no início deste ano.

O POPULAR – E qual é a meta do seu governo, pra fechar bem em 31 de dezembro de 2020?
CNBEu acho que pra fechar com chave de ouro seria nós termos uma sequência de governo com a mesma cabeça e a mesma responsabilidade. O que eu me esforço, estou tentando me esforçar e vou me esforçar até o final é que a população reconheça os resultados do esforço físico e intelectual pra chegar onde estamos chegando.

Não tenho certeza que vai terminar
ano que vem [1ª fase do Laranjeiras]

O POPULAR – Laranjeiras! Um tema sempre em voga. Vemos que as obras da 1ª fase estão em andamento e, segundo a previsão, serão concluídas ano que vem, pouco antes das eleições municipais. Mas e a 2ª fase, qual a previsão?
CNBNão tenho certeza que vai terminar ano que vem [a 1ª fase]. Vai depender desse tempo chuvoso que vai começar agora entre novembro e dezembro e vai até fevereiro, março. Se nós tivermos um tempo chuvoso contínuo e intenso nós vamos ter atrasos na obra [da 1ª fase] e, em alguns momentos, podemos ter até danificação. Uma obra de urbanização, num terreno como o do Parque das Laranjeiras, muito acidentado, com ruas muito íngremes, um tempo de chuvas muito forte pode trazer prejuízos à obra. Então, seria maravilhoso se nós conseguíssemos terminar a urbanização, o sistema de guias, sarjetas e pavimentação antes de começar as chuvas, mas isso não vai ser possível.

Seria maravilhoso terminar antes das chuvas,
mas isso não será possível

O POPULAR – E a 2ª fase?
CNBA 2ª fase eu já estarei invadindo o mandato do futuro prefeito. Eu não posso me arriscar, dar prognóstico porque nós não sabemos qual vai ser a decisão do povo de Mogi Mirim. Vai depender da manifestação política da população. Se a população não reconhecer o que nós estamos fazendo, eu não tenho nenhuma condição de assegurar nada para o mandato seguinte.

O POPULAR – Mudando de assunto. Em relação a cultura. Trata-se de uma pasta que tem tido destaque pelos inúmeros eventos que vem realizando. Onde está o mérito: no governo ou no secretário municipal?
CNBSe é mérito do secretário é mérito do governo. Eu entendo que é mérito do governo [Carlos Nelson Bueno] e é mérito do secretário [Marquinhos Dias]. O mérito do governo é ter escolhido uma pessoa suficientemente humilde, dedicado e apaixonado que conseguiu colocar pra fora sua criatividade e seu esforço e dedicação. Conseguiu tirar leite de pedra com muito pouco recurso. Essa é a criatividade que eu tive a sorte de descobrir. Mas o mérito maior, na minha opinião, é do secretário.

O POPULAR – Há investimentos previstos para a Cultura?
CNBNós vamos iniciar agora a reforma do Centro Cultural, vamos investir R$ 2 milhões entre o Centro Cultural e os terrenos adjacentes, incluindo o antigo prédio da saúde.

O POPULAR – Esporte. Há uma carência em relação a ginásios de esportes cobertos, entre outras. O Município só tem o Tucurão…
CNBNão. Nós temos o ginásio coberto do Clube Mogiano, que é compartilhado com a Prefeitura. Só não é usado mais porque os programas da Prefeitura são limitados. […] Nós não conseguimos fazer mais do que o dever de casa. A cidade tem um potencial muito maior do que aquele que a gente está explorando, mas depende muito da economia nacional. Mogi Mirim é uma cidade que está no navio Brasil, o navio está fazendo água há dois, três anos… A cidade está fazendo água. Quer dizer, não adianta pretender ter a ilusão de que nós vamos industrializar Mogi Mirim com o Brasil na paradeira que está.

O POPULAR – Então não existe previsão de se construir novos equipamentos esportivos, como um novo ginásio, na cidade?
CNBNão é uma prioridade. Eu não gosto de falar por hipótese. A verdade é que as coisas seguras serão aquelas que vieram no desenrolar dos financiamentos da Caixa Econômica Federal. O investimento público em Mogi Mirim ainda é limitado pela situação da Prefeitura. Aliás, não é só Mogi Mirim, o Brasil inteiro está assim.

O POPULAR – E em relação ao Nias [Núcleo Integrado de Atividades Social, na zona Leste], que pé que está…
CNBNós já estamos recuperando o Nias. Estamos em vias de contratar um serviço de apoio. Vamos investir de R$ 300 mil a R$ 400 mil no Nias. Vamos deixá-lo, pelo menos, como ele deveria ter ficado nesse período [em funcionamento]. Agora é importante dizer que se a população não ajudar na manutenção desse espaço público chego a conclusão que é impossível o Município ter estruturas operacionais em centros esportivos, que, na verdade, deveriam ser administrados pelas entidades esportivas, pelas associações comunitárias, associações de bairro. Enfim, se não houver participação popular na gestão de certos próprios públicos fica muito difícil, porque a Prefeitura tem que acabar pondo guarda para manter. Esse é um problema que tem que ser encontrada uma solução o quanto antes.

Na verdade, nós não
fizemos nada para trazer
novas empresas

O POPULAR – O senhor falou que o desenvolvimento econômico da cidade está ligado diretamente ao desenvolvimento do país, mas Mogi Mirim tem atraído investimentos, como grandes lojas, redes hoteleiras anunciando unidades na cidade e isso gera empregos. A que o senhor credita esse fenômeno?
CNBNa verdade, nós não fizemos nada para trazer essas empresas. Esses empresários nos procuraram e foram recebidos com responsabilidade. As empresas que estão se instalando são empresas que vêm para Mogi Mirim pelo potencial que a cidade tem e pela seriedade do governo. Porque em momento algum nenhuma dessas empresas sentiu insegurança administrativa, jurídica ou legal.

O POPULAR – Isso também conta na hora de a empresa avaliar o município?
CNBAcredito que sim.

Se não tiver um candidato
para manter a política atual,
serei eu

O POPULAR – Reeleição. O senhor é candidato à reeleição?
CNBSe eu não tiver um candidato que queira ser um candidato para manter a política que estou aplicando em Mogi Mirim hoje, provavelmente eu serei [candidato]. Mas vai depender de ter um sucessor que queira ter a conduta, o comportamento, a seriedade do governo, porque sem seriedade eu chego à conclusão que nada tem solução.

O POPULAR – Como o senhor vê o cenário político no município hoje?
CNBConfesso que não tenho prestado muito a atenção em candidatos que estão surgindo. Na verdade, se você me perguntar quem é candidato eu não sei nem quem é candidato do governo, muito menos vou poder falar quem é candidato da oposição.

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