Há três meses, o prefeito Gustavo Stupp (PDT) decretou cortes em todas as esferas da Administração Municipal e declarou uma situação de crise financeira nos cofres públicos. No entanto, recentemente, o governo assinou um contrato no valor de R$ 220,8 mil, pelo prazo de um ano, para locar dois carros SUVs (veículo utilitário esportivo) zero quilômetro.
Os veículos serão destinados à frota da Guarda Civil Municipal (GCM) e deverão ficar disponíveis durante as 24 horas do dia. Além da locação, o Poder Público terá que arcar com os gastos de combustível para manter os carros em funcionamento. No mês, a Prefeitura terá que desembolsar R$ 18,4 mil só com o aluguel dos dois automóveis.
O contrato foi assinado pela secretária de Segurança Pública, Beatriz Gardinali, com a empresa Original Comércio de Peças Ltda. – Me, no dia 20 de outubro, e está disponível no Portal da Transparência da Prefeitura. De acordo com os termos do documento, a Administração não é obrigada a locar, de imediato, os carros, podendo solicitá-los de acordo com a sua necessidade. As manutenções periódicas ficarão sob responsabilidade da empresa.
Segundo informações publicadas pela Revista Exame, em seu portal na web, os veículos SUVs mais baratos partem de R$ 52 mil (Renault Duster) e os mais caros passam dos R$ 270 mil (Land Rover Evoque).
A pé
Na última quinta-feira, o Ministério Público (MP) moveu mais uma ação civil pública contra o prefeito Gustavo Stupp (PDT). Segundo a ação, com pedido de tutela antecipada, os conselheiros tutelares não dispõem de veículo próprio, desde o mês de setembro, para atender as ocorrências nos bairros e escolas mais distantes. Nos locais próximos, os atendimentos estão sendo feitos a pé.
O problema foi relatado em ofício e delatado à Promotoria de Justiça. No documento, o colegiado do Conselho Tutelar afirma que o Executivo, a título de economia, retirou do órgão o veículo que era utilizado tanto para apuração de denúncia quanto averiguação das condições de vida das crianças e adolescentes em visitas domiciliares programadas e necessárias.
Em troca, foi oferecido um carro sucateado, que acabou sendo devolvido ao governo pelos conselheiros. Na ação, o promotor Rogério Filócomo deu um prazo de 48 horas para a Prefeitura designar um veículo próprio e adequado, com motorista, para atendimento efetivo das funções do Conselho Tutelar.
O POPULAR entrou em contato com a Prefeitura para saber quais fatores motivaram a locação dos carros e se já havia tomado alguma providência com relação ao transporte dos conselheiros, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.