Um pacotão de boas notícias para Mogi Mirim. Foi essa a tônica da entrevista coletiva concedida na manhã de sexta-feira por Carlos Nelson Bueno. Ao lado de secretários municipais, o prefeito anunciou uma série de benfeitorias para a cidade, que vão desde a questão estrutural em setores chave, como a modernização do sistema tributário via o Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT), recursos da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Desenvolve-SP), que serão aplicados no Parque das Laranjeiras e um financiamento, junto à Caixa Econômica Federal (CEF) para obras do programa de ampliação do sistema de abastecimento de água.
Carlos Nelson abriu a coletiva admitindo ter adotado uma postura estratégica quanto a anúncios sobre obras e investimentos para o município, visando não acenar com impossibilidades. “Eu sou muito pés no chão. A pior coisa do mundo com a população é ter expectativas irreais, porque a frustração é a pior coisa que tem. É preferível estar preparado para a realidade do que viver com a ilusão e ficar eternamente desiludido. Prefiro ficar mais discreto”, filosofou.
Saae
Por meio de uma quantia oriunda da Caixa Econômica Federal, via Programa de Aceleração do Crescimento (Pac), na ordem de R$ 22 milhões, o Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) já pode licitar todas as obras do programa de ampliação e modernização do sistema de abastecimento de água. A primeira frente de obras, que deverá ser concluída até 2018, está baseada na execução da terceira adutora de água bruta, que se junta a outras duas, já em funcionamento.

A adutora será capaz de dobrar a capacidade de captação e transporte da água do Rio Mogi Guaçu até a Estação de Tratamento de Água. “Vai implicar em melhorias significativas no sistema de tratamento, talvez não exigindo que se dobre de imediato (a capacidade). Nós estamos optando entre dobrar a capacidade de tratamento e atualizar as medições de consumo de água, substituir os hidrômetros ultrapassados e fazer a correção das perdas de água no sistema”, ressaltou Carlos Nelson.
Presente na coletiva, Rodrigo Sernaglia, presidente do Saae, explicou que a nova adutora será construída em uma faixa de um terreno desapropriado pela Prefeitura na década de 70, paralela a outras duas já existentes. Ela terá início no sistema de captação de água localizada na barragem em Mogi Guaçu, em uma linha de aproximadamente 6,5 quilômetros e seguirá até a Estação de Tratamento de Água. Segundo ele, a licitação para a compra da tubulação deverá estar disponível em até 15 dias.
Perdas
Indagado pela reportagem, Sernaglia revelou que o Saae não possui atualmente um medidor para detectar o desperdício de água no município. “Vou contar uma coisa que é até vergonhosa, que fique claro que aconteceu nos últimos quatro anos. O Saae não tem um medidor em funcionamento hoje em dia. Saímos daqui em 2012 com tudo funcionando, em quatro anos você não tem um medidor que funcione, você não consegue estimar quanto perde”, criticou, completando que em 2012 as perdas giravam entre 43% e 44%, e que hoje em dia esta porcentagem pode chegar perto dos 50%.
Para suprir essas perdas, serão necessárias outras obras fora do eixo de captação e tratamento.
Parque das Laranjeiras
Por meio do Desenvolve SP, a Prefeitura irá obter o valor imediato de R$ 12 milhões, o que com o compromisso junto ao Ministério das Cidades chegará a R$ 20 milhões. O valor será aplicado em obras de infraestrutura no Parque das Laranjeiras, na zona Leste da cidade. Carlos Nelson estima que entre 75%, e 80% deva ser aplicado no bairro, para a construção de guias, sarjetas, galerias e a pavimentação, deixando a questão de agua e esgoto a cargo do Saae.
“Nós achamos que a mancha Laranjeiras não pode continuar. Chegamos à conclusão de que não é aceitável. Se não fizermos organização (do bairro) não há como manter”, disse o prefeito.

Em paralelo à parte estrutural a Prefeitura atua na regularização dos lotes junto ao Cidade Legal, programa ligado ao governo do Estado. “A hora que fizermos a infraestrutura, a valorização dos bairros e imóveis será de tal ordem que ele será ocupado por uma população maior, de mais poder aquisitivo, porque passa a ser um fator de crescimento da qualidade do bairro e da vida das pessoas”, avaliou o prefeito.
PMAT
O projeto, financiado pelo BNDES, que visa à modernização da máquina administrativa, vem sendo retomado pela Administração Municipal. Com investimento na casa dos R$ 19 milhões, R$ 17 milhões via BNDES e o restante como contrapartida do município, trará um avanço no sistema tributário municipal e estará à disposição nos próximos meses.
Motoniveladora
Também através do Desenvolve-SP e com subsídio do governo estadual, o programa permitirá a isenção da taxa de juros para ajudar municípios na renovação de frota para aquisição de ambulâncias e outros veículos, com limite máximo de financiamento de R$ 500 mil.
Entre os veículos financiáveis estão uma motoniveladora, a qual Mogi será contemplada. O equipamento, com recursos em torno de R$ 465 mil, irá reforçar o trabalho de manutenção de estradas e vias não pavimentadas em Mogi.