Mais uma alteração no secretariado municipal de Mogi Mirim. Na tarde de quinta-feira, o prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB), em coletiva de imprensa concedida em seu gabinete, anunciou novidades no comando das pastas, todas de extrema importância na condução dos serviços municipais. As modificações alcançam três secretarias: Agricultura, Transportes, Trânsito e Serviços e Obras, Habitação Popular e Mobilidade Reduzida.
A principal novidade está relacionada ao retorno de Valdir Luiz Biazotto à Secretaria de Agricultura e marca a entrada de um secretário do ex-prefeito Gustavo Stupp à gestão de Carlos Nelson. Valdir substitui o funcionário público Fábio Mota, que assume a pasta de Transportes, Trânsito e Serviços na vaga antes ocupada por Vitor Coppi, que a partir de agora dirige a Secretaria de Obras, Habitação Popular e Mobilidade Reduzida, antes sob a coordenação da funcionária Renata Furigo. Ela passará a ocupar a função de gerência de Planejamento Urbano.
“Sou um cara inquiéto, se acho que tem alguém que ficaria melhor em outro lugar eu mudo. Os secretários todos estão exercendo funções que já exerceram. Não são marinheiros de primeira viagem. E se precisar por outras razões mudo também”, cravou o prefeito.
De acordo com o chefe do Executivo, o objetivo é aprimorar a prestação dos serviços públicos dando agilidade nas ações da Administração Municipal.
Pedido
O retorno de Valdir era desejo antigo de agricultores e produtores da zona Rural, insatisfeitos com o serviço prestado até aqui. A situação das estradas rurais é ruim, a maioria sem asfalto e tomada por buracos e desnivelamento, o que dificulta a locomoção não só de veículos, mas também de máquinas.
Aliás, a falta de estrutura também é vista como um grande empecilho. A facilidade de relacionamento e a rápida resolução de problemas por Valdir, que desfruta de bom relacionamento pela cidade, pode ser um diferencial.
Trânsito
Com larga experiência na pasta, Fábio Mota retorna à Secretaria de Trânsito e Serviços. Ciente de que a área necessita de melhorias, mas a falta de dinheiro público barra, em parte, o planejamento, afirmou que fará um trabalho, a curto prazo, de resolução de problemas.
“Cada ano que passa vão existir gargalos, porque o que nós temos de veículos em Mogi Mirim é um absurdo. É uma cidade que não foi estudada, planejada, tem um monte de problemas com calçadas, e cada surgimento de novos problemas vamos tentar resolver da melhor forma e tentar desafogar o trânsito”, explicou, citando, como exemplo, o reparo de semáforos queimados e a existência de equipes de plantão em casos de imprevistos.
A fiscalização no trânsito da região central, na área que compreende parte da Rua Padre Roque, Praça Rui Barbosa e Rua Conde de Parnaíba, aos sábados pela manhã e finais de tarde, períodos de grande circulação de veículos e trânsito emperrado, terá atenção especial da secretaria.
“Pretendo sim, tem que fiscalizar e orientar mais, que é o papel do agente de trânsito. É um absurdo o que o motorista faz, para em fila dupla, carga e descarga. Estamos em contenção de gastos, horas extras, mas vamos estudar uma escala para fiscalizar o trânsito aos finais de semana. É um absurdo principalmente aos sábados e perto de uma data festiva”, admitiu.
Aprovações de loteamentos pioraram o trânsito
Carlos Nelson Bueno foi mais além e após a fala de Fábio Mota, explanou, em uma visão geral, sobre a situação do trânsito. Para ele, a aprovação em demasia de loteamentos, situação vista na gestão de Gustavo Stupp, agravou ainda mais o já delicado sistema viário mogimiriano.
“Melhorar o trânsito de Mogi Mirim só com obra de engenharia, ninguém faz milagre em uma cidade que é dividida por uma rodovia, um rio (Mogi Mirim) e agora por uma (Rodovia) SP-340. Estamos vendo a cidade crescer além da estrada de Itapira, Distrito Industrial, Vila Toscana, Residencial das Paineiras”, avaliou, para tecer fortes críticas aos novos empreendimentos.
“A minha estupefação é pelo que aconteceu em termos de liberalidade escandalosa na aprovação de loteamentos e ninguém olhou as consequências dessa dispersão criminosa de compradores de terrenos e de uma população que se comprar e puder usar esse terreno vai morar há cinco quilômetros do Centro da cidade. Para se deslocar terão poucas opções e a Prefeitura hoje não tem condições de fazer uma pinguela. Isso tudo vai agravar muito mais (a situação)”, lamentou, em tom de revolta.
