O mogimiriano deve preparar o bolso para pagar a conta de água nos próximos meses. Está em estudo o aumento das tarifas, que é feito anualmente pela agência reguladora que serve a nossa região. O assunto foi pauta na sessão da Câmara Municipal na última segunda-feira, onde estiveram o presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae), Rodrigo Sernaglia, e o diretor administrativo e financeiro, Evandro Trentin.
O presidente da autarquia falou sobre o “assunto espinhoso”, como ele mesmo classifica, e sabe que o assunto gerará muitas críticas. Ele começou explicando que o Município não tem mais competência para reajustar as tarifas, que é feito pela agência reguladora.
Na segunda-feira, haveria uma reunião com o objetivo de decretar o percentual de aumento, com base em um parecer consolidado, mas este encontro foi cancelado. “Os nossos técnicos apuraram a situação financeira e solicitamos, na semana passada, uma nova análise, com o objetivo de trazer um reajuste menor”, justificou Sernaglia.
O reajuste aplicado, como base nos cálculos da agência reguladora, seria de 4,94%. O que foi solicitado pelo Saae, seria reduzir para menos da metade do que foi projetado: 2,45%. “Não sabemos se isso vai se concretizar. Ainda precisamos aguardar o estudo da agência”, ponderou. Por várias vezes, o presidente disse que também não gostaria de aumentar, mas o reajuste é necessário. “Preciso preservar o equilíbrio financeiro do Saae”, justificou.
O vereador André Mazon questionou o presidente sobre quem seria o maior devedor do Saae e a explicação para a diferença das contas de água de Mogi Mirim e de Mogi Guaçu, já que ambas captam a água do mesmo local.
A respeito da comparação, citada pelo vereador, o presidente justificou a distância da captação para o local de tratamento de cada cidade. “Nós temos 7 quilômetros de desnível e isso consome uma grande quantidade de energia elétrica”, disse Sernaglia, se referindo aos equipamentos que fazem o bombeamento da água para chegar até a Estação de Tratamento. Atualmente, a energia elétrica é o terceiro maior gasto do Saae, atrás apenas do pagamento ao Serviços de Saneamento de Mogi Mirim (Sesamm) e da folha de pagamento.
Rodrigo Sernaglia expôs que é a própria Prefeitura a maior devedora ao Saae. São, aproximadamente, segundo ele, R$ 15,5 milhões em dívidas. Porém, ele defendeu que, desde o ano passado, a administração vem realizando corretamente os pagamentos mensais e do que foi renegociado, das contas antigas que não foram quitadas. Esse acordo prevê o pagamento de todo o montante em 160 meses. Foram quitadas 18 parcelas, portanto, restam quase 12 anos para liquidar o valor das dívidas.
Questionado pelo vereador Tiago Costa sobre a falta que esses R$ 15,5 milhões acarretariam aos cofres do Saae, Rodrigo reconhece que o valor faz uma grande diferença às finanças da autarquia e que esse montante chegou ao valor que está, principalmente pelos juros e pelas multas, já que desde 2007 há dívidas provenientes dos prédios públicos municipais. O presidente do Saae disse ainda que os hidrômetros destes prédios estão sendo trocados por uma equipe exclusiva deslocada para isso. “Está sendo tudo pago em dia e sabemos que isso vai ter um retorno ao Saae”, finalizou.