O presidente da Sesamm (concessionária de tratamento de esgotos de Mogi Mirim), Carlos Roberto Ferreira, esteve na Câmara Municipal no dia 7 prestando contas aos vereadores.
Ele foi convocado, via requerimento de Maria Helena Scudeler de Barros (PSB), especificamente para explanar sobre a construção da usina fotovoltaica e de como esse sistema poderia impactar para a redução da tarifa de esgotos na conta dos consumidores.
Nem a redução na conta de luz da Sesamm com a instalação das 1.066 placas de geração de energia solar, nem o investimento de R$ 1,8 milhão feito pela empresa nessa usina serão repassados aos consumidores.
“Essas placas de energia solar vão ficar para o município no fim do contrato de concessão. Não vamos repassar para o consumidor esse investimento da Sesamm, bem como não haverá desconto na tarifa para o consumidor em decorrência da redução da nossa conta de energia elétrica”, respondeu Ferreira.
Grosso modo, se houvesse tal desconto para a população, ele seria de, no máximo, três centavos para cada um dos 53 mil consumidores cadastrados no Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae), observa o CEO da Sesamm.
“Eu entendo a posição da concessionária. Mas é uma pena, porque nossa tarifa de esgoto é caríssima”, reforça a vereadora.
Tratamento
O contrato de concessão teve início em 2008 e vai até 2038, quando o Município deve ter 100% dos esgotos gerados tratados. O índice atual é de 65%. E deve chegar a 90% no final de 2021, quando a Sesamm concluir a terceira etapa de obras prevista no contrato.
Com isso, a capacidade de tratamento que hoje é de 150 litros por segundo passará a 225 l/s, com eficiência de 95% no tratamento de esgotos. Nessa terceira etapa vão ser investidos cerca de R$ 30 milhões, segundo Ferreira.
Na quarta e última etapa será concluído o sistema de tratamento de esgotos.
Tarifa Menor
O presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae), Rodrigo Sernaglia, informa que a tarifa de esgotos hoje está dividida em duas partes – uma referente ao tratamento e outra às obras de construção da rede coletora e do sistema como um todo.
A primeira representa um terço do valor da tarifa atual e a segunda os outros dois terços. Isso significa que, ao final do contrato de concessão, os consumidores do Saae vão pagar só a tarifa de operação do tratamento de esgoto.
“Imaginemos que o custo hoje do esgoto é de R$ 1,2 milhão para os mogimirianos. Depois do final da concessão, esse custo passaria a ser de R$ 400 mil, o que impactaria, obviamente, na redução da tarifa do esgoto em dois terços”, exemplificou Sernaglia, ao O POPULAR.
Mas isso só a partir de 2039.
Usina fotovoltaica gera economia de
R$ 20 mil por mês à concessionária
Inaugurada no final de julho em Mogi Mirim, a primeira usina fotovoltaica de geração de energia para a operação de uma estação de tratamento de esgoto (ETE) no Brasil deve gerar mais de R$ 20 mil de economia para a Sesamm (Serviços de Saneamento de Mogi Mirim).
Segundo previsão do presidente da empresa, Carlos Roberto Ferreira, a previsão de economia para 2019 é de R$ 111 mil, considerando de agosto a dezembro.
Informou em reunião com vereadores que em 2018 a Sesamm gastou R$ 790 mil com energia elétrica e que neste ano deve gastar R$ 679 mil. “Consumimos 144 mil quilowatts por mês”, acrescentou o CEO.
Nessa perspectiva, a Sesamm deverá ter uma economia de cerca de R$ 250 mil com energia elétrica em 2020.
“Essa usina, que vai ficar para o Município no fim do contrato de concessão, é um investimento que coloca Mogi Mirim entre as cidades pioneiras na geração de energia limpa e sustentável para tratamento de esgotos”, avalia Ferreira.
