O então Centro de Educação e Integração Social “Benjamim Quintino da Silva”, o Cebe, agora é Centro de Especialização e Base Educacional. Continua Cebe, mas sem o nome de um patrono. A mudança na denominação da escola de jovens aprendizes aconteceu em setembro e foi aprovada por unanimidade da diretoria.
Mas o que chamou a atenção e gerou grande polêmica no meio político e educacional foi a retirada do nome do patrono, o professor Quintino, que é vivo. Ele próprio não se manifestou sobre o caso. Mas muitas pessoas se revoltaram por ele, inclusive, na Câmara Municipal. Vereadores criticaram a alteração.
Para sanar esse imbróglio, O POPULAR procurou a direção da entidade para esclarecer o assunto. Quem explica os motivos da troca no nome da entidade é o presidente do Cebe, José Roberto da Silveira Pedreira. Ele concedeu entrevista na sexta-feira (6).
“Com a pandemia, nossas receitas caíram. Precisávamos buscar recursos. Uma alternativa era através de doações de empresas por meio de incentivos fiscais. Daí, descobrimos que nenhuma empresa de grande porte faz doação para entidade nenhuma com nome de pessoa, como era o nosso caso”, disse.
Assessorado por uma empresa especializada em obter recursos de macro doadores para entidades, Pedreira reuniu a diretoria para mudar o nome do Cebe, conforme sugerido.
“Que foi aprovada por unanimidade no dia 20 de setembro, passando a se chamar Centro de Especialização e Base Educacional, que é o que fazemos aqui, de fato. Ou seja, apenas adequamos o nome à atividade desenvolvida na entidade para obtermos recursos via incentivos fiscais, como da Lei Rouanet”, justifica o presidente.
Segundo ele, não há instituição, como o Cebe, com nome de pessoa. E isso, também segundo ele, é uma exigência de empresas de grande porte para injetar dinheiro em entidades por meio de incentivos fiscais.
Imaculado
“Portanto, não tem nada a ver com o nome do professor Quintino. Inclusive, foi meu professor e é uma pessoa querida por mim. Tem um nome imaculado na cidade e é um ser iluminado que tem o respeito de todos aqui no Cebe. Foi uma decisão difícil, mas que teve de ser tomada para o bem da entidade”, ressaltou Pedreira.
O Cebe atende hoje 600 jovens de 14 a 22 anos, os chamados menores aprendizes, promovendo a formação profissional e a especialização em diversas áreas do setor produtivo, sendo a porta de entrada do primeiro emprego para os assistidos.
Atualmente, há 310 aprendizes empregados em uma das 66 empresas parceiras do Cebe. Todos recebendo um salário mínimo.