sábado, novembro 23, 2024
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Presidente do Mogi aborda cativas “ao léu” e os CTs

No terceiro bloco da entrevista sobre a crise do Mogi Mirim, o presidente Luiz Oliveira aborda os problemas de manutenção dos CTs, o gramado ruim do Estádio Vail Chaves e fala da desorganização relacionada às cadeiras cativas, o que faz um clube em dificuldades deixar de gerar recursos por falhas na gestão. O dirigente ainda fala da importância dos acessos para o futuro do Mogi.

Por que os CTs ficam em estado de abandono? A quem cabe a manutenção e até quando o clube poderá utilizá-los?

Os CTs estão em uma situação melhor de manutenção, não sei se você já viu agora recente. O CT de Limeira já está em quase condição de treinar, perfeita condição para começar a usar em Limeira. E o CT de Mogi Guaçu também está em uma boa condição e a tendência é melhorar nos próximos dias, porque estávamos com um trator quebrado e estamos recuperando esse trator. Mas automaticamente quando a receita diminui, você tem que começar a diminuir também as despesas inerentes ao clube e essas despesas inerentes ao clube refletem também no CT. Se eu cortar a grama duas vezes na semana, eu posso cortar uma só, porque para cortar grama você precisa transporte, combustível… Então você precisa aliar a questão econômica com a estrutural, de manutenção e vice-versa. Mas todas as contas do CT são pagas pelo Mogi.

O CT de Limeira vai começar a ser usado?Há quanto tempo não é?

Deverá ser utilizado. Para diminuir o (uso do) estádio e usar mais lá. Há bastante tempo, desde quando eu cheguei aqui. (Nota do POPULAR: a escritura de transferência dos imóveis para Rivaldo aponta permissão de uso do CT de Mogi Guaçu pelo Mogi até setembro de 2016 e o de Limeira, até outubro. Luiz diz que ainda conversará com Rivaldo para definir se o clube poderá utilizá-lo por mais tempo.)

Mato toma conta de um dos campos, o menos utilizado, do Centro de Treinamento de Mogi Guaçu; manutenção reduzida com crise. (Foto: Diego Ortiz)
Mato toma conta de um dos campos, o menos utilizado, do Centro de Treinamento de Mogi Guaçu; manutenção reduzida com crise. (Foto: Diego Ortiz)

O gramado do estádio precisa ser trocado mesmo? O Leston reclamou em um treino, outros técnicos também já reclamaram…

Nosso estádio tem uma grama de mais de 50 anos, segundo o Donizette (funcionário que cuida do gramado) e eu acho que precisa trocar esse gramado, isso já é uma observação que a gente vem fazendo desde quando a gente assumiu, desde o final do ano. Vocês lembram que uma das prioridades era trocar o gramado. Mas infelizmente como nos tínhamos outras urgências no estádio em termos estruturais, por exemplo, laudo de Corpo de Bombeiros, troca de toda parte de incêndio do estádio, refazer tudo isso, recuperar todas as colunas estruturais do tobogã. Tivemos que fazer sérios ajustes que acabou tirando a receita que poderia ir pro gramado e acabou indo pra esse serviço que acabou somando tudo mais de R$ 500 mil. Tivemos que fazer, porque não estava sendo feito.

Que tipo de participação o associado do Mogi Mirim tem hoje no dia a dia do clube e financeiramente? Os associados recebem e buscam alguma informação sobre as atividades da diretoria?

Sim, o associado é como qualquer outro, busca, participa das reuniões, participa da vida política do clube. Embora a gente precise fazer urgentemente uma reforma, porque o clube hoje não cobra nada do associado. Precisamos cobrar porque seria uma forma da gente trazer receita pro clube. Precisamos reformular esse mecanismo.

Nesse sentido, portadores de cadeiras cativas comentam que querem fazer o pagamento, mas não há cobrança. Qual o problema em relação às cativas?

Cativa é o seguinte. A cativa simplesmente a gente não conseguiu ainda uma política de gerir essas cativas. Não existe um cadastro de quem são… Esse clube aqui, Diego, é muito interessante dizer isso: não existe passado, ele não tem história esse clube. Aqui esse clube estava muito abandonado no sentido administrativamente falando. Você não tem histórias, você não sabe quem são os sócios, você não sabe quem são os caras da cadeira, você não sabe se o cara pagou ou não pagou, se o dinheiro entrou no clube, se não entrou. Você não tem essas informações. E isso é um desafio que nos estamos tentando atacar, abordar esse tema, de fazer o quê? Tentar fazer um levantamento porque simplesmente você não tem informação. Quem deveria passar essas informações que talvez seriam os funcionários, nem eles sabem. De forma que para você ver como é tão amador esse clube neste sentido. Você não tem nada, nenhum registro.

Você teria que ter profissionais contratados para estas atribuições?

Eu teria que ter um corpo superpreparado, teria que ter uma equipe administrativa, mas aí de novo esbarra na questão de custos. Na verdade é o seguinte, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Esse é o resumo. Porque você não tem… Se você for trazer um cara, um gerente pra cuidar disso, você vai ter que pagar. Mas se você vai pagar, você não tem dinheiro. E aí como você faz?

Qual sua perspectiva em relação ao futuro do Mogi Mirim?

Acho que o futuro do clube, ia usar um clichê aqui (risos)… a Deus pertence. Mas, deixando a brincadeira de lado, o clube hoje você me pegou mais otimista hoje do que quando eu fiz a reportagem com o Lucas (do jornal Grande Jogada). O futuro do Mogi vai demorar um pouquinho, pelo menos mais uns seis (meses), um ano, para a gente ter uma base administrativamente falando para que você possa implementar as mudanças, ideias que eu entendo em uma gestão. Mas eu acho que o futuro do clube a curto prazo é nós voltarmos às divisões de elite, no meu entender, divisão de elite pro Mogi hoje é a Série B do Brasileiro. Seria uma divisão de elite pra situação do Mogi, eu acho que o Mogi pode até mais, mas hoje é o mínimo que se espera. Quando a gente fala divisão de elite hoje, não podemos esquecer que o Mogi quando entrou na Série C, pelo fato de já ter um histórico de dois rebaixamentos seguidos, era candidato a mais um rebaixamento. Todos davam o Mogi como rebaixado. E a gente praticamente já eliminou esse risco. Hoje não corremos mais esse risco, corre numa probabilidade ínfima. Mas é voltar na Série B e no ano que vem trabalhar para retornar esse clube à Série A do Paulista, que são acessos que talvez vão contribuir para que o Mogi consiga fôlego para sobreviver aí mais 70 anos. Esse é o meu foco hoje, tentar subir o time para a Série B e depois brigar pelo Paulista.

Estes acessos são fundamentais em termos de futuro? O Mogi Mirim ainda tem a receita de Série A na Série A-2 de 2017. Se subir volta a ter normalmente, se não conseguir, dificulta muito. O acesso no Estadual é um ponto chave para o futuro do Mogi?

Exatamente. Os acessos são os grandes divisores de águas na minha visão. Porque a Série C no ano que vem vai ser igual a esse ano, você vai ter que fazê-la sem nenhuma ajuda.

Há ainda esperança em termos de parceria ou em termos de realidade já se descartou esta possibilidade diante das tentativas?

Estamos buscando, é um dos trabalhos que temos aqui, uma labuta diária de buscar um parceiro. Estamos abertos aos parceiros que queiram investir (Nota: houve vistoria de um grupo alemão interessado em assumir o clube, mas sem conversa direta com Luiz. O clube diz não ter havido contato formal ou proposta, o mesmo ocorrendo em relação a chineses interessados em parceria nas categorias de base).

Com o Hélio Vasone (ex-sócio de Rivaldo no comando do Mogi), chegou a ter conversa? Chegou a procurá-lo ou foi procurado?

Não, não chegamos a conversar e não fui procurado. Não tem nada. Até gostaria, o conhecendo, e quem saiba ele poderia ajudar, mas não tive nenhum contato.

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