A crise vivida na grande São Paulo, com a falta de água nas represas e a possibilidade de racionamento já emitida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) não deve chegar a Mogi Mirim. A hipótese foi descartada pelo presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Celso Cresta, no início da semana.
“Aqui (Mogi Mirim) não existe preocupação nenhuma, nós captamos água de uma represa hidrelétrica, que geralmente dimensiona o reservatório para longos períodos de estiagem, para até dois, três, quatro anos”, disse o presidente.
A queda do sistema Cantareira aos níveis mais baixos de sua história, deixando em alerta mais de 8 milhões de pessoas que recebem água das represas que englobam o sistema, assustou o Estado e fez com que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) adotasse medidas que deveriam compensar a falta de chuva.
No início de fevereiro, quando a alta na temperatura chegou aos maiores índices dos últimos anos, tanto a Prefeitura como o Saae já haviam pedido que a população economizasse água e baixasse o consumo. “Não existe preocupação, a represa está cheia, não há problema nenhum de falta de água e nem deve ter”, reforçou Cresta.
O presidente destacou ainda que toda a água captada é de boa qualidade e limpa, já que toda a sujeira encontrada é decantada através de um reservatório.
Várias cidades da região também adotaram em fevereiro medidas para a economia de água, como Mogi Guaçu, Jaguariúna, Pedreira, Arthur Nogueira, e ainda municípios da região metropolitana de Campinas, como Indaiatuba, Cosmópolis, Vinhedo e Sumaré. A baixa vazão dos rios Atibaia e Piracicaba colaborou para o plano de economia.
Amarela
Nas últimas semanas a água que chegou a inúmeras residências de Mogi Mirim apresentou um tom acobreado, assustando os consumidores. A tonalidade foi decorrente do surgimento de minúsculas partículas de ferro e manganês na captação de água.
O Saae esclareceu que a hipótese mais provável foi de que plantas d’água, conhecidas como Aguapé, provenientes de lagoas nas cabeceiras do rio, ao se decomporem, expeliram os metais ao longo do rio que ficam aprisionadas na extensão da represa do Rio Mogi Guaçu. A solução foi aumentar em 50% a quantidade de ortopolifosfato no tratamento da água para que ela voltasse a sair incolor e cristalina da Estação de Tratamento de Água.